Centrão leva novos nomes a Lula para Caixa, mas troca no banco não tem prazo para ocorrer

Presidência do banco teria sido acertada com o presidente da Câmara, Arthur Lira, nas discussões para entrada do PP e do Republicanos no governo

Reuters

Prédio da Caixa Econômica Federal

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu sinais de quando formalizará a troca na presidência da Caixa Econômica Federal, mas o governo tem no momento duas possíveis indicações feitas pelo centrão: o atual presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Bezerra, e o superintendente do Banco do Nordeste (BNB) em Pernambuco, Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho.

De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, ainda se fala em Gilberto Occhi, o primeiro nome sugerido pelo centrão para o cargo, mas o ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, e também ex-presidente do banco, hoje estaria em um distante terceiro lugar.

Bezerra, que é funcionário de carreira da Caixa, seria o favorito no momento. Técnico, o presidente do BRB chegou a ser vice-presidente da Caixa e foi chamado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para presidir o Banco de Brasília em um momento em que a instituição tentava se recuperar de uma série de escândalos de corrupção.

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Já Freitas Filho, o outro nome apresentado pelo centrão ao governo, é funcionário de carreira do BNB desde 2004, onde foi superintendente em Alagoas e, em 2020, assumiu o mesmo cargo em Pernambuco.

A presidência da Caixa teria sido acertada entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nas discussões para entrada do PP e do Republicanos no governo. As fontes ouvidas pela Reuters afirmam que o acerto foi feito, mas os detalhes não foram fechados.

O pedido do centrão inclui a indicação das vice-presidências da Caixa, mas o Palácio do Planalto resiste. O governo quer manter ao menos a vice-presidência de Habitação, que cuida do programa Minha Casa, Minha Vida — um dos pilares centrais do governo –, hoje comandada por Inês Magalhães.

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Outra questão é que Lula reluta em tirar uma mulher da presidência do banco e substituir por um homem, em um momento em que já é criticado por não garantir a indicação de uma mulher para substituir Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente chegou a pedir explicitamente indicações de mulheres para substituir Rita Serrano no comando da Caixa, segundo uma das fontes, mas nenhum nome foi formalizado até agora.

A decisão não tem prazo para ser tomada. Há uma impaciência entre os parlamentares do centrão, mas a cirurgia do presidente, que deverá ficar no mínimo duas semanas fora do Planalto, jogou a decisão para frente. Além disso, o próprio Lira viaja para Índia e China na próxima semana e passa 10 dias fora do país, adiando uma possível decisão para o final do mês.