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Partidos do Centrão começaram a discutir a possibilidade de se posicionarem em bloco contra a aprovação da Medida Provisória alternativa ao IOF, que eleva imposto sobre investimentos, entre outras medidas.
O movimento ganhou força após declarações do presidente do PP, Ciro Nogueira, que afirmou que pode propor essa medida dentro da legenda. De outro lado, interlocutores do governo afirmam que, caso a MP não prospere, a saída para o Orçamento pode ser corte de gastos, inclusive emendas.

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Segundo parlamentares ouvidos pelo GLOBO, Republicanos e PL também avaliam adotar a mesma estratégia. Juntos, os três partidos somam 183 deputados. Para ser aprovada na Câmara, a medida precisa de 257 votos. A MP vence nesta quarta-feira. Ontem, na comissão mista do Congresso, o resultado foi bastante apertado, 13 votos a favor e 12 contra.
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Ciro Nogueira afirmou que o partido é contrário à iniciativa.
— O nosso partido é totalmente contrário a qualquer aumento de carga tributária, principalmente com esse viés aí que não tem nenhum benefício para a população, a não ser ressaltar ainda mais a falta de cuidado com as contas públicas e controle dos gastos no Brasil. Ao contrário do aumento da isenção até R$ 5 mil, que ali tinha um benefício para a população, aí justificava nós aumentarmos a carga tributária. No caso da MP, é só mais um assalto ao bolso do contribuinte — disse o presidente do PP.
No governo, o clima é de apreensão. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes partidários admitem que o cenário é difícil. Após as mudanças realizadas pelo relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a avaliação é que o problema não é mais de texto, mas político. Zarattini afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem atuado para conseguir votos contra a MP. Tarcísio nega.
As receitas previstas na versão original da MP já são consideradas no Orçamento de 2025 e 2026. Para este ano, a arrecadação esperada é de cerca de R$ 10 bilhões, enquanto, no ano que vem, com as mudanças, deve ficar em cerca de R$ 17 bilhões.
Aliados de Lula dizem que pode ser necessário contingenciar recursos no Orçamento deste ano. No caso de congelar R$ 10 bilhões, seriam R$ 2,5 bilhões em emendas.