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Cem dias de Barack Obama: um balanço do que já fez o presidente dos EUA

Gastos recordes e discurso renovado dão forma aos primeiros movimentos do governo democrata

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SÃO PAULO – Os 100 primeiros dias de governo chegaram para Barack Obama nesta quarta-feira (29). Popular em meio a uma grave crise, o presidente dos Estados Unidos busca resgatar a economia do país ao mesmo tempo em que imprime sua marca em temas como política externa, saúde e meio ambiente.

Como marco temporal, o período inicial do novo inquilino da Casa Branca remonta ao tempo pedido pelo presidente Franklin Delano Roosevelt para aprovar as medidas necessárias ao combate da Grande Depressão. Os 100 dias foram adotados pela mídia e transformaram-se em sinônimo do tempo necessário para uma primeira avaliação.

Apenas um artifício, para alguns, pois as principais medidas adotadas por muitos dos mandatários norte-americanos nada tiveram a ver com o período inicial de seus mandatos. Mas é notória a inflexão dada por Obama às políticas de Estado em temas tão sensíveis, em momento tão agudo.

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Orçamento e críticas
Bancos, Carros e um pouco mais…
Um novo discurso



Orçamento e críticas

Contudo, o maior destaque da agenda política norte-americana repousa sobre a atribulada economia. Neste ponto, Obama recebeu críticas tanto de democratas, quanto de republicanos, mas conseguiu aprovar no Congresso um orçamento recorde de US$ 3,5 trilhões, bem como o pacote de estímulos de US$ 787 bilhões, entre investimentos na infra-estrutura, renúncia fiscal e repasses.

Seus companheiros de partido mais ácidos reclamam das concessões realizadas aos adversários, que limitaram gastos públicos – considerados necessários para evitar o agravamento da recessão – e favoreceram estímulos por meio do corte de impostos. Embora não seja democrata, esta foi a posição crítica adotada pelo recém agraciado com o Nobel de Economia, Paul Krugman.

Por outro lado, não faltaram reclamações sobre a enxurrada de dinheiro jogada (desde a gestão anterior) nas mãos de instituições financeiras e outras empresas, como as cambaleantes fabricantes de automóveis General Motors e Chrysler. Muito da crítica dos republicanos reside no temor de que o endividamento atual leve a severas restrições ao crescimento no futuro, bem como ao descontrole da inflação.



Bancos, Carros e um pouco mais…

Para solucionar a crise sistêmica entre os bancos, sua equipe econômica – encabeçada pelo secretário Timothy Geithner e o conselheiro Lawrence Summers – desenvolveu plano para remover os ativos tóxicos dos balanços em parceria com o setor privado. Todavia, a demora para a divulgação dos detalhes foi objeto de severas críticas – algo que parece repetir-se neste momento em relação ao teste de estresse já realizado e seus resultados incertos.

Outra dor de cabeça de Obama tem sido o setor automobilístico, especialmente por conta da situação difícil vivida por Chrysler e General Motors, dependentes de empréstimos governamentais para fazer frente às necessidades mais básicas de caixa.

Uma equipe específica para o setor foi montada, em busca de soluções para as empresas, obrigadas a apresentar planos de recuperação que envolviam a reestruturação da dívida, corte de custos e a atração de parceiros-investidores. Até mesmo a temida concordata passou a ser uma opção.



Um novo discurso

No plano externo, não somente foram dados sinais de abertura aos inimigos seculares Irã e Cuba, mas também seu governo flerta com o multilateralismo do G20 e promove novas estratégias em relação aos conflitos no Iraque e no Afeganistão. Algo impensável nos tempos de seu antecessor.

Também em relação ao meio-ambiente, as decantadas mudanças parecem chegar com incentivos ao aumento da eficiência energética e a redução da emissão de poluentes.

Tudo isto também foi feito, até o momento, junto a clamores do presidente pela atuação conjunta dos partidos democrata e republicano, apontados muitas vezes como vazias ou ingênuas. De toda forma, uma ruptura com a dicotomia que prevalecia no discurso anterior. Com ampla maioria na câmara, mas apertada vantagem no senado, Obama dá sinais claros de aproximação com os opositores republicanos, alguns dos quais nomeou para cargos em sua administração.

Muitas foram as medidas de impacto nestes 100 primeiros dias, como exemplifica o fechamento da base militar de Guantánamo – que recebia acusados de terrorismo e simbolizava muito da política de George W. Bush, com freqüentes acusações de violação aos direitos humanos.

Também a confirmação de que as tropas do país deixarão o Iraque, assim como o fim de algumas das restrições a Cuba e a autorização do uso de dinheiro público para o financiamento de pesquisas com células-tronco são símbolos dos primeiros dias de Barack Obama na presidência dos EUA. Se 100 diasnão são suficientes para dizer quem ele é, não deixam de passar pistas concretas do que seu governo pretende ser.

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