Celso Sabino, do União Brasil, aceita convite e vai substituir Daniela Carneiro no Ministério do Turismo

Publicação deverá ocorrer nos próximos dias, no Diário Oficial da União

Luís Filipe Pereira

O deputado Celso Sabino (PSDB-PA) em discurso da tribuna do plenário (Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados)

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Em um movimento já esperado nos bastidores, o Palácio do Planalto confirmou, na tarde desta quinta-feira (13), que o deputado Celso Sabino (União-PA) será nomeado como ministro do Turismo, em substituição a Daniela Carneiro (União-RJ). A mudança deverá ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União.

Durante a tarde, Sabino esteve na sede do governo federal, onde participou de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A indicação do parlamentar ocorre como forma de tentar melhorar as relações do Executivo com o União Brasil, que apesar de ter três ministérios no governo atual, não se vê plenamente representado e tem relutado em acompanhar o governo nas votações na Câmara dos Deputados.

A saída de Daniela da pasta do Turismo envolveu longa negociação, em uma série de reuniões nas últimas semanas, que contaram também com a presença de Waguinho, prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido da agora ex-ministra. O casal, que trabalhou como cabo eleitoral de Lula na Baixada Fluminense, ao longo do segundo turno da disputa presidencial, busca uma compensação política – é possível que ela assuma o posto de vice-líder do governo no Congresso.

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Conhecida no meio político como Dani do Waguinho, Daniela Carneiro foi a deputada federal mais votada no Rio de Janeiro nas últimas eleições, com 213 mil votos. Anunciada para integrar o governo ainda durante a transição, ela teve sua indicação para chefiar a pasta do Turismo vista como uma escolha pessoal de Lula, após o petista fechar uma aliança com o casal, visando reduzir a margem de votos que o então presidente Jair Bolsonaro possuía sobre o petista no estado do Rio.

Atualmente a bancada do União Brasil no Parlamento conta com 59 deputados federais e nove senadores. A sigla nasceu da fusão entre PSL e Democratas, e abrange desde figuras políticas que tiveram um aumento na popularidade nos últimos anos ao se associarem ao ex-presidente Jair Bolsonaro até antigos caciques da centro-direita, oriundos do grupo político que tem suas origens no antigo PFL. O partido tem sob sua responsabilidade os ministérios das Comunicações (Juscelino Filho), Integração Regional (Waldez Góes, que apesar de ser filiado ao PDT foi uma indicação feita pelo aliado político Davi Alcolumbre) e Turismo, agora com Celso Sabino à frente.

A saída de Daniela Carneiro da pasta do Turismo representa a segunda mudança na Esplanada dos Ministérios desde o início do terceiro mandato de Lula. Anteriormente, o governo já tinha sofrido a baixa de Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que caiu após a divulgação de imagens do Planalto na tarde dos ataques golpistas. Nos vídeos, ele e outros integrantes do GSI interagiam com vândalos.