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SÃO PAULO – A cassação do senador Delcídio do Amaral, que ocorreu nesta terça-feira com 74 votos e uma abstenção, deve levar a denúncia feita contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, de acordo com investigadores ouvidos por diversos jornais.
Delcídio afirmou em delação premiada que foi a mando de Lula tentar comprar o silêncio do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Com a perda de mandato de Delcídio, já não há nesse inquérito nenhuma autoridade com foro privilegiado. Além de Delcídio e Lula, também são investigados o banqueiro André Esteves, o ex-assessor Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, além do empresário José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai.
Delcídio é investigado em três inquéritos no âmbito do STF, sendo que, em um deles, está conectado aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado; e Jader Barbalho (PMDB-PA), fazendo com que o procedimento seguisse no Supremo. Mas este não é o caso do inquérito envolvendo as tentativas de obstrução da delação premiada de Cerveró.
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O entendimento do STF nesse tipo de caso tem sido remeter processos para a primeira instância. A decisão sobre o foro da denúncia será de Teori Zavascki.
Os demais inquéritos contra Lula, porém, tem envolvimento com pessoas com foro privilegiado, como a presidente Dilma Rousseff. Mesmo que o Senado decida afastar Dilma do cargo, ela segue com foro até concluída a análise do impeachment. O petista também foi alvo de pedido de investigação no inquérito mãe da Lava Jato, que envolve diversos políticos com foro. Está no Supremo também a investigação sobre o sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá.