Caso Ryan Lochte mostrou que ninguém está acima da lei no Brasil, diz Forbes

Em coluna, Kenneth Rapoza ressalta que o Judiciário é bem visto no Brasil e relaciona o fato à Operação Lava Jato; analista Brian Winter segue a mesma linha em entrevista à BBC

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Brasil se saiu melhor após toda a polêmica com a falsa comunicação de roubo do nadador olimpíco Ryan Lochte no Rio de Janeiro? Para a Forbes, com toda a certeza, sim. Em coluna desta semana, Kenneth Rapoza destacou que o esportista americano agora sabe que “ninguém está acima da lei no Brasil”, em meio à investigação policial que culminou a descoberta da farsa de Lochte que, na verdade, não foi roubado. 

Mesmo imperfeito, o Judiciário brasileiro está sendo elogiado e é bem visto pela população, diz o colunista, citando uma pesquisa em que cerca de 90% dos entrevistados acreditam agora que um infrator tem mais chances de ser punido do que não ser, em comparação com uma média regional de 59%. 

Rapoza diz que, em comparação com os países vizinhos, os brasileiros estão mais conscientes da corrupção e da importância de um sistema Jurídico. “Tudo isso decorre da investigação em curso da Petrobras – também conhecido como Operação Lava Jato”, ressalta o colunista, destacando que o escândalo de corrupção mostrou o aparelhamento do estado e manchou a imagem do PT, devendo levar ainda ao fim da carreira política de Dilma Rousseff (mesmo ela não sendo acusada por isso no processo de impeachment). O escândalo afetou a economia e fez um vice-presidente impopular, Michel Temer, assumir o “navio naufragando”. 

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Rapoza ainda ressalta dezenas de políticos e grandes empresários foram presos na Operação, que se assemelha com outras que ocorreram na Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela e que mostram que o Brasil não está sozinho na caçada anti-corrupção. “Mas o Brasil é o que tem lutado melhor”, aponta. A reportagem destaca o andamento rápido das investigações e aponta que, dentre os alvos, está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o juiz Sérgio Moro, da Operação, é visto como um herói pela maioria da população. 

Porém, há algumas ameaças à Operação, com os políticos tentando abrandar as medidas contra a corrupção e buscando anistia para eles. Contudo, a expectativa é de que essas medidas não sejam bem-sucedidas. 

Em linha com a Forbes, destaque para a entrevista Brian Winter, escritor e especialista em América Latina do centro de pesquisas Council of the Americas, em Washington, para a BBC Brasil. Winter, que morou cinco anos no País, destacou que o caso dos nadadores pelo menos deixará uma lição sobre as instituições brasileiras: “em países sérios, você não pode mentir para polícia e escapar com isso”. 

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“Ouvi algumas pessoas dizerem ‘ah, isso mostra que as autoridades são agressivas. Mas é um caso clássico dos ‘dois pesos e duas medidas’ que os americanos têm para a América Latina. Em países sérios, você não pode mentir para a polícia e achar que vai escapar com isso. É crime”, diz ele. 

“Olhe isso no contexto do que aconteceu nos últimos três anos no Brasil. Tudo disse respeito a instituições legais fortes, como na Lava Jato. Este é outro caso de instituições brasileiras trabalhando como deveriam”. Assim, o analista destaca que o Brasil deixa uma mensagem aos americanos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.