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O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo (17) que governadores de direita agem como “ratos” e “oportunistas” ao tentarem ocupar o espaço político deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar desde o início do mês e está inelegível até 2030.
A declaração foi publicada no X (antigo Twitter) e compartilhada por seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
A ofensiva pública marca um novo capítulo da crise interna na direita, próximo ao início das campanhas da eleição presidencial de 2026.
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A publicação foi vista como um recado direto aos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, que já anunciaram pré-candidatura ao Planalto.

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“A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater”, escreveu Carlos.
“Querem apenas herdar o espólio”
Na publicação, o vereador, que foi responsável pelas redes sociais do pai durante o governo, acusou os governadores de explorarem politicamente o legado de Bolsonaro, sem, no entanto, representarem de fato os eleitores do ex-presidente.
“Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, escreveu.
O tom duro expõe uma crise na direita no momento em que o campo aliado ensaia novas lideranças para 2026. O ex-presidente, mesmo recluso, ainda aparece como principal cabo eleitoral do segmento.
Zema e Caiado buscam protagonismo
As críticas vêm um dia após o governador Romeu Zema oficializar sua pré-candidatura à Presidência, em evento do partido Novo em Belo Horizonte. Na ocasião, Zema defendeu uma “direita liberal” e buscou se apresentar como alternativa à polarização entre Lula e o bolsonarismo.
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Antes dele, Ronaldo Caiado já havia anunciado sua intenção de disputar o Planalto, com discurso conservador moderado e foco em segurança pública. Ambos os governadores foram próximos de Bolsonaro em parte do mandato, mas têm buscado se afastar das pautas mais radicais.