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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil após ser condenada a dez anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Em entrevista à rádio bolsonarista Auriverde, a parlamentar afirmou que se encontra na Europa e que pretende pedir afastamento do mandato.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim à princípio buscando um tratamento médico e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou a deputada à emissora.
Zambelli foi sentenciada em 18 de maio de 2025. A decisão faz parte do desdobramento das investigações sobre crimes cibernéticos contra instituições públicas. A pena foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob acusação de envolvimento direto na invasão dos sistemas do CNJ.
Durante a entrevista, a deputada afirmou ser alvo de “perseguição judicial” e alegou que sua saída também foi motivada por esse cenário. Ela ainda expressou preocupação com o controle de suas redes sociais e orientou seus apoiadores a seguirem os perfis de sua mãe, Rita, que deve concorrer às eleições em 2026.
A parlamentar também disse que emancipou seu filho de 17 anos antes de deixar o país. “Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (…) nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu”, declarou.
Zambelli criticou ainda o sistema eleitoral brasileiro: “Aqui fora eu posso falar, nossas urnas não são confiáveis.”
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A deputada não especificou o país de onde falava no momento, mas mencionou que pretendia estabelecer conversas com autoridades de Portugal, e citou nominalmente André Ventura, o líder do partido de extrema-direita Chega, que se tornou a segunda maior força do parlamento português nas eleições de maio.
A deputada deixou o país antes da análise final de todos os recursos contra sua condenação. Ainda não há confirmação oficial sobre eventual pedido de asilo ou trâmites legais relacionados ao afastamento do cargo.
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Apesar da condenação, a deputada ainda mantém apoio dentro do Partido Liberal (PL). De acordo com informações da GloboNews, a bancada do PL na Câmara dos Deputados continuará acolhendo Zambelli, mesmo diante da crise. O ex-presidente Jair Bolsonaro, no entanto, a considera a principal responsável pelo desempenho eleitoral negativo do grupo em 2022.