Caos econômico ou boa notícia? Veja o que governistas e opositores acharam do rebaixamento

Hoje, o Brasil encontra-se no último degrau grau de investimento na avaliação da Fitch, mas corre riscos de novos rebaixamentos, sinalizados pela perspectiva negativa na avaliação

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Enquanto no mercado a notícia do rebaixamento do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Fitch de BBB para BBB- foi recebida com naturalidade pelos agentes econômicos, no mundo político as reações foram variadas. Do lado da oposição, parlamentares culparam o governo Dilma Rousseff pela continuidade dos ventos negativos e avaliaram que a tendência é que haja efeitos ainda piores para a situação econômica do país. Para eles, o quadro é de “ingovernabilidade crônica”.

“Agrava a situação e era esperado. Vamos ver aí um desdobramento muito mais grave do ponto de vista do caos econômico”, comentou o líder do PPS, Rubens Bueno. Hoje, o Brasil encontra-se no último degrau grau de investimento na avaliação da Fitch, mas corre riscos de novos rebaixamentos, sinalizados pela perspectiva negativa na avaliação.

“Primeiro é mais ministérios, é o balcão de negócios criado há mais de 12 anos. Evidente que isso tem limite e o governo não consegue controlar sua base. Isso contamina a todos. E as denúncias da Operação Lava Jato agravou muito mais a situação”, complementou Bueno em conversa com a Agência Estado.

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Para oposicionistas, o quadro é de “irresponsabilidade fiscal” e já compromete conquistas do Plano Real. “Era mais ou menos previsível que isso aconteceria tendo em vista o próprio agravamento do quadro econômico brasileiro. A gente tem um governo que não tem controle na economia e sua condução política agrava ainda mais a situação. A gente tem um quadro de ingovernabilidade crônica na realidade brasileira”, afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

Na outra ponta, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) disse ao Broadcast que a decisão da agência de manter o grau de investimento do Brasil passa a crença de que o País vai superar o momento de dificuldade. “É uma notícia boa porque nós sabemos que a economia vive em torno de expectativas. Embora se dê uma sobrevalorização ao papel dessas agências de risco, nós não podemos negar que elas terminam sendo uma referência aos investidores, para o mercado de modo geral”, disse. Segundo o petista, toda a expectativa que havia até o momento era de que todas as agências iriam retirar o grau de investimento brasileiro.

Humberto Costa elogiou também a manifestação da Fitch de não trabalhar com o impeachment da presidente Dilma Rousseff como “cenário base”, conforme o diretor-executivo da Fitch, Rafael Guedes. Para ele, esta semana, o Supremo Tribunal Federal, ao conceder liminares, não somente afastou a hipótese do “golpe de mão” traçado pela oposição com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas criou uma simbologia que atinge toda a discussão sobre o impedimento de Dilma.

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“É lógico que a decisão do Supremo não impede o presidente da Câmara de receber qualquer pedido de impedimento e de instalar uma comissão especial, mas, certamente, não só pela condição que ele vivencia hoje, mas pela própria decisão do Supremo, exige que qualquer coisa nesta linha seja extremamente bem fundamentado, pois, caso contrário, terá sobre si uma áurea de ilegitimidade”, avaliou.

(com Agência Estado)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.