Campos Neto: pauta ambiental “tem de fazer parte da agenda do BC”

Presidente do Banco Central participou de um café da manhã com integrantes da Frente Parlamentar da Economia Verde, em Brasília

Fábio Matos

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu, nesta quarta-feira (21), que a autoridade monetária deve participar ativamente das discussões sobre preservação ambiental e políticas que promovam a sustentabilidade.

As declarações de Campos Neto foram dadas durante um café da manhã com integrantes da Frente Parlamentar da Economia Verde, em Brasília. O tema do encontro foi: “como os instrumentos de finanças verdes podem auxiliar o país a migrar para uma economia menos impactante”.

“Choque climáticos afetam preço, safra, alimento e energia. A incerteza gera um movimento de prêmio de risco maior, o que acaba impactando a estabilidade financeira”, observou o presidente do BC. “Temos uma enorme gama de exemplos de por que esse tema de risco climático e ambiental tem de fazer parte da missão do BC. Ele afeta os mandatos principais do BC, que são política monetária e estabilidade financeira.”

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Campos Neto destacou que a rota de sustentabilidade no Brasil teve “três ondas” – em duas delas, o país se saiu bem, disse o chefe da autoridade monetária.

“A primeira foi a produção de energia limpa, em que o Brasil sempre esteve muito bem. O país sempre teve uma matriz de energia bastante ampla. A segunda onda é a parte de agricultura limpa, na qual o país caminhou bastante”, afirmou.

“Mais recentemente, tivemos uma terceira fase, em que os investimentos devem estar ligados a práticas sustentáveis. Nessa terceira parte, o Brasil não foi tão bem na narrativa em algum momento. Houve uma maior dificuldade, muito associada ao tema da Floresta Amazônica, que é o cartão de visitas nesse sentido”, disse Campos Neto.

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Em seu pronunciamento, o presidente do BC elencou uma série de medidas adotadas pela instituição com o intuito de promover práticas sustentáveis, como a divulgação de informações sobre riscos sociais, ambientais e climáticos; a criação do Bureau de Crédito Rural; a inclusão de critérios de sustentabilidade na gestão das reservas internacionais; a criação do Comitê de Economia Sustentável do BC; o lançamento do Relatório sobre Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticos.

“Não se pode pensar na questão ambiental sem dialogar com a questão econômica”, observou o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Frente da Economia Verde, que também participou do encontro.

“O Brasil pode ter um papel de protagonismo na economia verde. Pela matriz energética que nós temos, totalmente diferenciada, e pela matriz de combustíveis que vamos aprofundar com a votação do projeto de lei do ‘combustível do futuro’ (PL 4516/2023)”, concluiu Jardim.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.