Campanha de Dilma pagou R$ 6,5 mi à gráfica de propriedade de motorista, diz jornal

A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, apareceu como a oitava fornecedora que mais recebeu dinheiro da campanha petista, segundo o TSE

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição pagou R$ 6,5 milhões a uma gráfica sem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam Vivaldo Dias da Silva, motorista, como presidente da companhia, segundo informações da Folha de S. Paulo. Em 2013, Vivaldo recebia um salário de R$ 1.409.

A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, apareceu como a oitava fornecedora que mais recebeu dinheiro da campanha petista, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os funcionários do tribunal que examinaram as contas da presidente descobriram a situação da gráfica ao cruzar informações da empresa com o banco de dados do ministério do Trabalho e fez surgir a suspeita de que a gráfica não tinha estrutura necessária para prestar os serviços pelos quais foi paga. 

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Entre as notas da gráfica entregues pelo PT, está a informação de que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral. As contas da presidente foram aprovadas com ressalvas pelo TSE e, por isso, o tribunal continua analisando os casos que levaram a essas ressalvas. 

Em 2014, o mesmo jornal havia noticiado que a Focal Comunicação, a segunda que mais faturou na campanha presidencial de Dilma, cerca de R$ 24 milhões, também tinha um motorista (salário de cerca de R$ 2 mil até 2013) como sócio. O empresário Carlos Cortegoso afirmou na época que era o verdadeiro dono da Focal, justificando o registro em nome do motorista como “fruto de uma inclinação sua de dar chances para seus empregados progredirem”.

A Folha visitou a sede da Seg e segundo Rogério Zanardo, que recebeu a reportagem no local, a companhia pertence a sua família e o motorista Vivaldo não é dono, mas funcionário da empresa, não sabendo explicar por que a gráfica está registrada em nome do motorista. Ele ainda afirmou que o maquinário estava desligado porque a gráfica está sem serviço no momento.

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Já a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência, presidida pelo então tesoureiro da campanha petista Edinho Silva, informou que a campanha de Dilma Rousseff recebeu várias propostas de prestação de serviços e selecionou aquelas companhias que apresentaram preços mais baixos. “A elaboração do material foi auditada pela campanha e a documentação que comprova a elaboração e entrega do material foi auditada pelo TSE”, disse. A Seg informou não haver qualquer irregularidade em suas atividades. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.