Campanha de Aécio usou pesquisa com dados enganosos; Veritá não revelou Dilma à frente

Segundo a Folha, marqueteiro de Aécio pediu dados não-representativos de Minas em estudo nacional; Veritá diz que houve pressão para não divulgar último levantamento com Dilma à frente

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o PSDB fez uso indevido de resultados parciais da pesquisa do Instituto Veritá em Minas Gerais que foi realizada para retratar a disputa eleitoral no Brasil como um todo. 

O partido pegou uma amostragem nacional e usou os dados estaduais, explorando o fato de Aécio Neves (PSDB) aparecer em Minas Gerais com 14 pontos de vantagem sobre Dilma Rousseff (PT), com 57% ante 43%. E quem confirma é o próprio dono do instituto que fez o levantamento, Adriano Silvoni e o estatístico responsável pelas pesquisas do Veritá, Leonard de Assis. 

“Eles não podiam usar nesse contexto. Nós avisamos […] Usou na garganta. Não representa Minas. Não é o real cenário do Estado”, afirmou o estatístico Leonard de Assis. O total de eleitores ouvidos em Minas (561), seriam suficientes para retratar a disputa eleitoral no Brasil, mas não no estado.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A pesquisa foi realizada logo após o primeiro turno, com 5.161 eleitores em território nacional. No resultado nacional, Aécio aparecia com 54,8% dos votos, ante 45,2% de Dilma. Segundo Assis, dias após a divulgação do resultado nacional, o publicitário responsável pela campanha de Aécio Paulo Vasconcelos pediu ao Veritá que fornecesse os dados de Minas. 

Silvoni teria alertado que a pesquisa no âmbito nacional não era conclusiva já que, tanto o número de entrevistas quanto os municípios de coleta de dados foram definidos para retratar a disputa eleitoral no Brasil como um todo. “Para Minas, foram 561 questionários. Não é confiável”. Mesmo assim, Silvoni autorizou o envio de dados, mas destacou que citasse que ela não representaria a realidade do estado. 

Veritá 
E, de acordo com o jornal O Tempo, de Minas Gerais, Assis confirmou que fez uma pesquisa a ser divulgada no sábado véspera das eleições, mas que ela não foi revelada. A pesquisa mostrava Dilma à frente de Aécio.

Continua depois da publicidade

Leonard de Assis confirmou que houve pressão externa sobre a empresa para não revelar vantagem da presidente. Ele revelou no Twitter que Dilma estaria à frente, ao contrário dos levantamentos anteriores. Leonard ainda afirmava que seu sócio estaria “recebendo pressão” para divulgar resultado diferente. “Não sei se ele resistiria”, disse no Twitter.

Procurada pelo Olho Neles, ele confirmou a informação e disse que divulgou os 53% de Dilma versus os 47% de Aécio por conta disso. “Estava começando a arranhar o nome da empresa. Eu pensei: vou divulgar isso aqui de antemão pra mostrar que os métodos que nós estamos usando estão corretos. Isso aqui é o que tem pra acontecer”.

Três pesquisas foram feitas, sendo que a última não foi divulgada. A que foi divulgada no dia 21 mostrava Aécio com 53,2% e Dilma com 46,8%. Leonard respondeu ao jornal que os métodos foram ajustados ao longo das três pesquisas.

Já o Sensus, que mostrou Aécio 4,2 pontos na frente de Dilma na véspera do segundo turno, destacou que a empresa teve bons resultados no primeiro turno e que o último levantamento mostrou empate técnico, afirmou ao O Tempo. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.