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SÃO PAULO – O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira (5) que a quarentena “não está no radar do BC” para controlar a queda do dólar. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não desistiu de tentar barrar a valorização do real.
Segundo Tombini, não há como prever quando o dólar voltará a subir, já que isso depende da política monetária norte-americana. “Há sinais de recuperação dos EUA, que levaria a uma normalização e poderia reequilibrar a situação do dólar, mas há indicações que esse processo deve demorar, [vindas] especialmente do mercado de trabalho e do mercado imobiliário”, disse.
A expectativa do BC é que o Fed comece a normalizar as condições monetárias no início de 2012.
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Fluxo é bom, mas é risco
Tombini afirmou que o pesado fluxo de capital estrangeiro é positivo para o País, mas que a intensidade é acompanhada de perto por ser um risco à estabilidade da economia doméstica.
“Mas temos sim uma preocupação com o fluxo estrangeiro”, disse Tombini, destacando que as boas perspectivas da economia brasileira tendem a atrair capitais externos, que sobram lá fora devido às políticas de afrouxamento quantitativo.
“São fluxos temporários, mas estamos fazendo – e faremos – o necessário para nos proteger, dentro do regime de câmbio flutuante”, disse o presidente do BC, que respondeu perguntas de deputados e senadores em audiência pública nesta quinta-feira (5).
Além disso, por serem temporários, os pesados fluxos de investimento estrangeiro representam também um risco cambial. “Não se pode achar que não há risco cambial – pode haver uma saída de fluxo que comprometa a capacidade de pagamento daqueles que contraíram financiamento sem proteção”, completou Tombini.
Câmbio e inflação
Questionado sobre se o governo tinha decidido usar o câmbio como ferramenta de combate à inflação, Tombini afirmou que esse é um veículo não muito eficiente, exatamente porque o câmbio é flutuante.
“Depois de 12 anos de câmbio flutuante, as contribuições do repasse cambial vão diminuindo – como as mudanças no câmbio flutuante podem não permanecer, há uma certa resistência. Não dá para contar com o câmbio para fazer a inflação convergir para a meta”, explicou.
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