Cai percepção entre analistas de que próximo presidente será eleito em primeiro turno

Apesar da concentração de intenções de votos em Lula e em Bolsonaro, especialistas esperam que disputa seja resolvida em segundo turno

Marcos Mortari

Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)

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A investida do presidente Jair Bolsonaro (PL) com a aprovação da PEC dos Auxílios (PEC 15/2022) no Congresso Nacional e as expectativas por sua recuperação nas pesquisas eleitorais levaram analistas políticos a reduzir a probabilidade de a corrida ao Palácio do Planalto ser resolvida de forma antecipada, no primeiro turno.

É o que mostra a 38ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e especialistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional.

Segundo o levantamento, realizado nos dias 28 e 29 de julho, em um mês, caiu de 34% para 8% o grupo de especialistas que atribuem probabilidade alta de a corrida presidencial ser resolvida sem necessidade de segundo turno – ou seja, que um dos candidatos consiga somar 50% mais um voto entre os votos válidos (excluindo brancos e nulos) logo no dia 2 de outubro.

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O percentual de analistas políticos consultados que passaram a ver chances baixas de resolução do processo em primeiro turno foi de 40%, em junho, para 46%, em julho. Mesmo patamar registrado entre os que atribuem probabilidade moderada, que somavam 27% dos entrevistados um mês atrás.

Considerando uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a probabilidade média atribuída pelos analistas para a conclusão da eleição presidencial em primeiro turno é de 2,54. Em junho, a média era de 2,93.

Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 9 consultorias políticas – Control Risks; Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Ponteio Política; Prospectiva Consultoria; Pulso Público; e XP Política – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.

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Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.

Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento.

A dois meses das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pelo comando do Poder Executivo na maioria das pesquisas de intenção de voto. Em algumas delas, inclusive, com chances de vitória em primeiro turno.

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Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (28), Lula tem 47% das intenções de voto, contra 29% de Bolsonaro. Em terceiro lugar, aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%, seguido pela senadora Simone Tebet (MDB), com 2%. André Janones (Avante), Pablo Marçal (PROS) e Vera Lúcia (PSTU) têm 1% cada.

Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem 52%. O resultado que deixa em aberta a possibilidade de vitória no 1º turno – pela margem de erro, de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, a preferência pelo petista pode variar entre 50% e 54% dos válidos.

Os levantamentos também têm mostrado uma cristalização precoce da preferência do eleitorado e uma forte polarização da disputa entre Lula e Bolsonaro. Tal situação, em tese, poderia levar eleitores ao chamado “voto útil”, em uma espécie de antecipação do segundo turno. Neste caso, eleitores abrem mão de seus candidatos preferidos para derrotarem aqueles que mais rejeitam.

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Esta tem sido uma das apostas de Lula, que tenta ampliar sua base de apoio nos estados, com alianças com lideranças de siglas como MDB, PSD e União Brasil, que não integram sua base formal. Os palanques mais fortes podem ajudar na conquista de votos.

O petista também trabalha pela retirada de candidaturas da corrida presidencial. Nesta semana, ele tem reunião marcada com o deputado federal André Janones (Avante-MG), em busca do apoio formal do partido. O parlamentar já admitiu a possibilidade de abrir mão da disputa mediante condições específicas, como o apoio a algumas de suas bandeiras de campanha.

Já Bolsonaro aposta nos efeitos da PEC dos Auxílios para recuperar apoio entre os eleitores mais pobres – faixa na qual Lula tem ampla vantagem. O presidente também tem feito acenos ao eleitorado feminino para melhorar seu desempenho nas pesquisas, levar a disputa para o segundo turno e tentar resgatar o antipetismo de parte dos eleitores.

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Clique aqui para ter acesso à íntegra do Barômetro do Poder.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.