Bumlai é a isca errada para apanhar Lula, “o molusco cefalópode”, diz defesa

O advogado, no entanto, diz que a acusação feita contra Bumlai tem tantas inconsistências que "estão usando a isca errada".

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em defesa no âmbito da Operação Lava Jato, o advogado do pecuarista José Carlos Bumlai, mais conhecido como “amigo do ex-presidente Lula”, afirmam que ele está sendo usado como isca contra o petista. As informações são da Folha de S. Paulo e do O Globo

Para o advogado, Bumlai tem tem aparecido nas manchetes sobre o esquema de corrupção na Petrobras como se fosse “a isca perfeita para fisgar o peixe”.  Ou, “o molusco cefalópode”, como escreveu na peça de defesa o escritório do advogado Arnaldo Malheiros, fazendo referência a Lula que, segundo ele, muitos queriam e ainda querem “na frigideira”. 

Malheiros, no entanto, diz que a acusação feita contra Bumlai tem tantas inconsistências que “estão usando a isca errada”.

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Bumlai foi preso em novembro de 2015, sob a acusação de ter obtido um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin, que depois foi repassado ao PT. Em contrapartida ao empréstimo, que nunca foi pago, ele é acusado de ter ajudado a Schahin a obter um contrato de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras para operar um navio-sonda.

A defesa destaca que o empréstimo repassado ao PT foi a única irregularidade que Bumlai cometeu, “o que não se confunde com a prática de corrupção passiva, gestão fraudulenta ou lavagem de dinheiro” – os crimes dos quais ele é acusado.

E ainda faz graça da amizade entre Lula e Bumlai: “na verdade, o crime é ser amigo de Lula e, pasme, existe até fotografia de ambos numa festa junina, tornando irretorquível a consumação do delito do art. 362 do Código Penal”. Porém, o artigo 362 não existe, pois o código só tem 361 artigos, o que parece querer dizer que não há crime entre Lula e Bumlai.

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O advogado ainda afirmou que o pecuarista nunca levou pedidos ao ex-presidente nem teve a iniciativa de solicitar o empréstimo de R$ 12 milhões para o PT. A ideia do empréstimo teria partido de Sandro Tordin, presidente do Banco Schahin na época da operação, em 2004. O executivo nega. A defesa afirma ainda que o pecuarista nunca soube da destinação que o PT deu ao dinheiro e nem atuou para que a Schahin obtivesse o contrato de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.