Bumlai diz que ganhou R$ 2 mi em sorteio e esposa de Delcídio quer delação; veja mais notícias

Vale destacar o noticiário sobre o relatório da PF apontando que a consultoria feita pelo filho de Lula foi copiada da Wikipedia; prisões da Lava Jato foram prorrogadas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário político foi bastante movimentado no último final de semana, com os desdobramentos da Operação Lava Jato no radar. Em destaque, vale ressaltar a notícia do domingo do jornal Folha de S. Paulo de que José Carlos Bumlai, mais conhecido como “pecuarista e empresário amigo de Lula”, figura como ganhador de R$ 2 milhões em um sorteio de um título de capitalização pela loteria federal do Banco Bradesco, realizado em 2012. 

Bumlai, que foi preso na semana passada no âmbito da 21ª fase da Operação Lava Jato, fez um investimento de apenas R$ 1 mil no “Pé Quente Bradesco”. A sorte de Bumlai, contudo, é vista por investigadores como uma operação financeira atípica.

O número de Bumlai foi sorteado em dezembro de 2012 e o dinheiro foi resgatado em 15 de janeiro de 2013, sendo o maior prêmio pago anualmente neste tipo de papel. 

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Especialistas ouvidos pela Folha destacam que, ao lado de jogadores inveterados, o perfil mais comum de quem compra este tipo de aplicação (que nem chega a ser considerado um investimento) é gente que precisa de dinheiro emprestado. É comum que gerentes vejam no momento da liberação de um financiamento, por exemplo, a oportunidade para vender a seus clientes títulos de capitalização, que é um dos produtos mais lucrativos para os bancos. Os R$ 2 milhões foram pagos a Bumlai em uma agência de Guajará-Mirim (RO), sendo que o patrimônio e os negócios dele e de sua família concentram-se em MS e SP.

Um relatório da PF mostra ainda como movimentação incomum, com saques de R$ 5 milhões em dinheiro vivo. Entre janeiro de 2010 e outubro de 2013, o empresário foi 37 vezes a agências do Banco do Brasil e da Caixa e saiu carregando pacotes com valores entre R$ 100 mil e R$ 265 mil.

Delação de Delcídio
Ainda sobre a Operação Lava Jato, a esposa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Maika, estaria convencida de que a única saída para ele, que foi preso na semana passada, é buscar um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Em conversas reservadas, o entorno mais próximo do senador considerou pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró. 

Prisões prorrogadas
No domingo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki converteu as prisões temporárias do diretor executivo do Banco BTG Pactual, André Esteves, e do chefe de Gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, em preventivas. Divulgada no início da noite de ontem (29), a decisão atende a pedido encaminhado no sábado (28) pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Com a decisão do ministro, ambos permanecerão presos por tempo indeterminado. Segundo a Assessoria de Comunicação de Zavascki, a decisão foi baseada na análise do material levantado e dos depoimentos prestados ao longo dos cinco dias de prisão de Esteves e de Ferreira. Para o ministro, o material coletado preenche os requisitos para a conversão das prisões e mostra que a medida é necessária para garantir a efetivação da justiça. Responsável pela defesa de André Esteves, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, chegou a entrar com pedido no STF para que a prisão não fosse prorrogada. Esteves, com isso, renunciou ontem de todos os cargos no Grupo BTG Pactual.

Consultoria copiada da Wikipedia
O relatório final da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes apontou que o trabalho de consultoria de R$ 2,5 milhões feito pela empresa de Luis Cláudio Lula da Silva, a LFT Marketing Esportivo, baseou-se em “meras reproduções de conteúdo disponível na rede mundial de computadores, em especial no site do Wikipedia”.

O pagamento foi feito pela Marcondes e Mautoni, banca de advogados especializada na representação de montadoras automotivas em entidades do setor, como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) e o Sinfavea (Sindicato Nacional da Indústria de Veículos). A Marcondes e Mautoni é investigada pela PF por suposta atuação ilegal para aprovar a MP 471, que prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos. No relatório, a PF chama a atenção para a “inexperiência” do filho de Lula para o trabalho prestado e para a “baixa complexidade” do estudo apresentado pela LFT.

O advogado de Luís Cláudio divulgou nota na qual negou irregularidades em serviços prestados pelo cliente e afirmou que a conclusão da Polícia Federal de que ele reproduziu conteúdo da internet em consultoria é “improcedente” e “descabida”.

Datafolha
Novos dados da pesquisa Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo neste domingo (29) mostrou uma leve queda na reprovação da presidente Dilma Rousseff, de 71% em agosto para 67% no novo levantamento feito com 3.541 pessoas entre os dias 25 e 26. Não havia registro de variação maior que dois pontos neste indicador desde agosto de 2014, ainda durante a campanha eleitoral pela reeleição.

Além disso, o jornal Folha de S. Paulo mostrou que 47% dos eleitores não votariam no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. A pesquisa aponta ainda que combinação da crise política e econômica parece não beneficiar mais tanto o PSDB, e sim a ex-senadora Marina Silva (Rede). Na simulação com o senador Aécio Neves como candidato do PSDB, Marina avançou três pontos (de 18% para 21%) e aparece tecnicamente empatada com o ex-presidente Lula (22%) na segunda posição. Aécio lidera com 31%, mas tinha 35% na pesquisa anterior.

Quando o governador paulista Geraldo Alckmin aparece como candidato do PSDB, Marina lidera isolada com 28%, ante 22% de Lula, que caiu quatro desde junho e 18% do tucano, que oscilou dois para baixo.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.