Brasil vai ao G-20 propondo medidas conjuntas para combate à “guerra cambial”

Representantes brasileiros em Seul comentam crise, medidas unilaterais, enfraquecimento do dólar, alternativas e juros internos

Publicidade

SÃO PAULO – A delegação brasileira presente na reunião da cúpula do G-20, que começou nesta quinta-feira (11), tem dado interessantes declarações sobre economia, tanto a do Brasil como também global.

Sobre o principal tema da reunião, a atual “guerra cambial”, a posição brasileira busca o que os analistas do mercado julgam ser quase impossível: um acordo consensual entre os participantes no sentido de promover ações integradas ao invés das medidas unilaterais.

Saída da crise
A adoção de medidas conjuntas, com as nações atuando de forma integrada e não mais isoladamente é o que defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alertando para o risco do protecionismo: “se cada um for pensar só em si, vamos voltar à velha política do protecionismo, o que não ajudou país algum”.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a solução para sair da atual crise e evitar o agravamento da situação corrente é, por parte das economias desenvolvidas, estimular o mercado interno ao mesmo tempo que as demais economias devem fazer os ajustes necessários.

Para o ministro, é impossível colocar em prática medidas de recuperação econômica e redução do déficit simultaneamente.

Revisão de medidas
Já sobre a posição que vai defender no encontro de cúpula, Mantega revela que vai pedir para que os países revisem as ações isoladas sob pena de aumento do desequilíbrio cambial e acirramento da denominada “guerra cambial”. “Vamos colocar esta questão do conflito cambial porque se isso não for solucionado, vai resvalar em um protecionismo comercial”, afirmou.

Continua depois da publicidade

Sobre isso, a presidente eleita Dilma Rousseff declara que medidas como a anunciada recentemente pelos EUA, de injetar US$ 600 bilhões na economia, representam uma forma de protecionismo: “acho que gera um protecionismo camuflado, como forma de se proteger”.

Enfraquecimento do dólar
Ainda comentando a recente medida promovida pelo Federal Reserve, a nova presidente se mostra preocupada com o consequente enfraquecimento do dólar: “acho que é grave para o mundo inteiro a política do dólar fraco”.

Proposta de alternativa ao dólar
O ministro da Fazenda do Brasil defende também uma reforma no sistema financeiro mundial, para que a economia não mais seja tão dependente do dólar.

Para que crises norte-americanas não mais afetem o resto do mundo, ele propõe que o sistema financeiro mundial se baseie em outras moedas, como por exemplo, o DES (Direito Especial do Saque) do FMI (Fundo Monetário Internacional), que tem como referência uma cesta de moedas.

Sobre a proposta de Mantega, Dilma considera que depende não só de desejo, mas também de negociações: “se fosse uma questão de vontade já teria sido feita. (…) acho que vai ser uma questão de negociação”.

Juros no Brasil
Mudando o foco do discurso, Mantega declarou que a partir de 2011 será possível baixar os juros no Brasil, por meio do controle da inflação e dos gastos públicos e subsídios via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social).

Segundo o ministro, isso não só é uma possibilidade como também é desejo da nova presidente Dilma Rousseff: “a presidente eleita que trabalhar com juros menores”.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.