Brasil tem grande poder transformacional em questões globais, diz presidente do BID

Para Ilan Goldfajn, cenário pode beneficiar alguns países com abundância de recursos naturais, como o Brasil

Estadão Conteúdo

Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, fala à Reuters em Marrakech, no Marrocos  - 11/10/2023 (Reuters/Susana Vera)
Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, fala à Reuters em Marrakech, no Marrocos - 11/10/2023 (Reuters/Susana Vera)

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Há um grande potencial transformador do Brasil em questões globais, especialmente no que se refere às mudança climática e a inovação tecnológica, afirmou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, neste sábado durante sua fala no Seminário Anual de Bancos Internacionais.

“As mudanças climáticas têm sido um fator que realmente tem mudado o contexto em que estamos trabalhando. Outros países estão enfrentando cada vez mais o custo da mudança climática e isso realmente está mudando a maneira como países lidam com as suas economias”, afirmou, cenário que ele prevê que pode beneficiar alguns países com abundância de recursos naturais, como o Brasil.

Neste contexto, ele avalia que a América Latina e o Caribe estão posicionados para desempenhar um papel fundamental em várias questões globais, particularmente na luta contra a mudança climática. “A região tem o potencial de oferecer soluções inovadoras e sustentáveis, transformando o desafio climático em uma oportunidade de crescimento econômico e criação de empregos”, afirmou, destacando que, em vez de encarar a transição ecológica como um custo, os países deveriam vê-la como um investimento no futuro.

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“A integração regional e a colaboração internacional são essenciais para aproveitar essas oportunidades. Por exemplo, a cooperação entre a América Latina e a Alemanha no desenvolvimento de hidrogênio verde e a transformação energética no Brasil são indicativos do potencial da região em contribuir para uma economia global mais sustentável”, afirmou o representante do BI. Além disso, ele avaliou que a América Latina pode desempenhar um papel vital na reconfiguração das cadeias de suprimentos globais, como demonstrado por estudos sobre suprimentos médicos e infraestrutura.