Brasil ainda é o “País do Futuro”, diz colunista da Bloomberg – e isso é positivo

“Realmente, é uma grande conquista continuar sendo 'o país do futuro' por tanto tempo. Pode-se dizer o mesmo da Argentina ou da Venezuela?", questiona o economista Tyler Cowen

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em coluna escrita pelo professor de economia da Universidade George Mason, Tyler Cowen, para a agência de notícias Bloomberg, o Brasil é mais uma vez o destaque. Ele ressalta que o Brasil é visto como o País do futuro – e que sempre será. Como o foco do mundo está no País por conta das Olimpíadas, vale a pena explorar as várias maneiras em que essa máxima pode ou não ser verdadeira, e como isso pode ser positivo para o País, segundo ele. 

De acordo com o colunista, o quebra-cabeça do Brasil não leva em conta nem só seu sucesso ou seu fracasso, mas sim uma combinação dos dois. Cowen afirma que essa combinação ajuda a entender as promessas alcançadas e as ainda distantes para o Brasil. 

O economista aponta que, em 2009, a The Economist colocou o País em sua capa como o próximo “milagre econômico” e, em 2012, o alemão Der Spiegel publicou um longo artigo chamado “Como a boa governança fez do Brasil uma nação modelo”. Porém, olhando agora, o Brasil ainda não chegou ao mundo desenvolvido, enquanto enfrenta uma das recessões econômicas mais graves de sua história, enquanto a presidente Dilma Rousseff atravessa um processo de impeachment. Enquanto isso, os desafios para sediar os Jogos Olimpícos foram enormes.

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“Ao analisar as contradições da economia e da história do Brasil, tento manter alguns pensamentos em mente”, diz Cowen. Em primeiro lugar, o economista ressalta que o tamanho do Brasil e da sua população são fonte de vantagens e desvantagens para o país. Por um lado, se é difícil estabelecer uma governança estável, por outro há um grande dinamismo econômico, com um mercado interno forte e diversos talentos. 

Em segundo lugar, está a diversidade nacional – étnica e cultural – como fonte de riqueza, mas também de desafios. “São Paulo é a terceira maior cidade italiana do mundo, e o Brasil tem a maior comunidade de japoneses fora do Japão. O pai de Dilma nasceu na Bulgária. Em alguns lugares do sul, as pessoas falam dialetos alemães e vivem em casas de estilo alemão. A influência dos africanos é profunda, especialmente no Nordeste”.

Em terceiro lugar, a história política do Brasil é uma estranha mistura de ditadura e descentralização política extrema. Porém, Cowen ressalta que o País tem avançado, o legado colonial está se desmontando e o Brasil agora tem democracia real, apesar de enfrentar alguns problemas com a república federalista. Ele ainda ressalta que a desigualdade de renda tem caído, a pobreza extrema tem sido eliminada e o Brasil vem avançando nos rankings de educação.

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“Realmente, é uma grande conquista continuar sendo ‘o país do futuro’ por tanto tempo. Pode-se dizer o mesmo da Argentina ou da Venezuela? Se tem uma coisa que aprendemos na competição olímpica é que, se você continuar no jogo por várias rodadas, suas chances de vencer aumentam”, conclui o economista. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.