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SÃO PAULO – Tendo em vista diversos fatores que devem aumentar a volatilidade dos ativos das geradoras e distribuidoras de energia, a Bradesco Corretora iniciou a cobertura do setor elétrico brasileiro, distribuindo diversas recomendações para as empresas do segmento.
Acreditando que o cenário de baixas taxas de juro deva atrair investimentos focados em boas pagadoras de dividendos, a equipe de análise da instituição aposta que a baixa volatilidade nos preços desses ativos se mantenha no curto prazo. Contudo, o vencimento de contratos de concessões, eleições em 2010 e a possibilidade de fusões e aquisições entre companhias do setor deve aumentar a exposição ao risco desses “ativos defensivos”.
Em relação à expiração dos contratos, os analistas da corretora não esperam grandes surpresas, acreditando que as empresas cujo vencimento das concessões esteja próximo de 2015 tenham suas licitações renovadas. No entanto, o preço adotado para distribuição deverá ser ajustado para baixo.
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Apesar dos responsáveis pela análise não acreditarem na possibilidade do governo não renovar essas concessões, a redução nas tarifas cobradas é vista como o melhor caminho para evitar que possíveis entraves apareçam, o que alimentaria o risco regulatório do setor.
Eleições
Como o controle de grande parte dessas empresas está nas mãos do Estado, as eleições que ocorrerão no próximo ano podem resultar em significativas mudanças em algumas dessas companhias. Com isso, além da disputa presidencial, ganham destaque a Copel e a Cemig, geridas pelos estados do Paraná e Minas Gerais, respectivamente.
No Paraná, a expectativa da Bradesco é de que o sucessor de Roberto Requião, que não concorrerá à eleição por estar em seu segundo mandato, estreite os relacionamentos do governo com a Copel, evitando decisões que possam impactar negativamente as operações da empresa, tais como ajustes tarifários ou investimentos em áreas não relacionadas às suas fontes de receita.
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Já para a Cemig há certa apreensão por parte dos investidores, já que a saída do atual governador Aécio Neves alimenta a possibilidade de que a companhia mineira possa ser privatizada, mesma questão que ameaçou a Copel em 2001. No entanto, a instituição descarta essa possibilidade, visto que a empresa possui uma situação financeira saudável e uma estratégia agressiva de fusões e aquisições.
Fusões e aquisições
Mesmo com a situação financeira saudável das companhias geradoras de energia tornar qualquer incorporação no setor algo muito custoso, os analistas da corretora acreditam que a retomada antes do esperado da economia brasileira possa ser uma injeção de ânimo para que operações de fusão e aquisição ocorram entre as geradoras de energia.
Enxergando algumas possibilidades, a equipe da instituição destaca o interesse do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em vender sua participação de 49% no capital votante da Brasiliana – holding que controla Eletropaulo e AES Tietê.
Além dela, o Previ (fundo de pensão pertencente a funcionários e aposentados do Banco do Brasil) também estuda a possibilidade de liquidar seu capital alocado na CPFL e na Neo Energia, assim como a Equatorial já declarou ter a intenção de vender sua parcela presente no capital social da Light.
Recomendações diversas
Segundo relatório da corretora, a Copel (CPLE3) foi escolhida a top pick do setor, sob recomendação “acima da média do mercado”. A mesma sugestão foi concedida aos ativos da Tractebel (TBLE3) e Light (LIGT3). Já os papéis de Cesp (CESP6), CPFL (CPFL6), AES Tietê (GETI4) e Cemig (CMIG4) foram avaliados como “em linha com o mercado”. As únicas ações com viés negativo foram as da Eletropaulo (ELPL6), recomendadas como “abaixo da média do mercado”.
A escolha da companhia paranaense como a preferida do setor reflete o desconto em que se encontram seus múltiplos em relação à Cemig. Além disso, um menor risco político envolvendo a empresa e a expectativa de crescimento em sua receita reforçam a expectativa positiva da Bradesco.
Do outro lado da balança, os ativos da Eletropaulo encontram-se negativamente avaliados devido às recentes altas vistas no mercado acionário brasileiro. Aliado a isso, seus dividendos – principal característica das empresas do setor elétrico – podem sofrer ajustes, devido ao risco de processo que a empresa corre junto com a Eletrobrás.
Empresa | Preço-alvo | Upside* | Recomendação |
Copel | R$ 43,10 | 35,5% | Acima da média |
Tractebel | R$ 28,40 | 32,7% | Acima da média |
Light | R$ 32,30 | 32,4% | Acima da média |
Cesp | R$ 25,50 | 19,2% | Em linha com o mercado |
Cemig | R$ 33,10 | 18,7% | Em linha com o mercado |
CPFL | R$ 37,00 | 13,9% | Em linha com o mercado |
AES Tietê | R$ 22,50 | 10,9% | Em linha com o mercado |
Eletropaulo | R$ 37,10 | 2,6% | Abaixo da média |
*Potencial de valorização com base na cotação de fechamento do dia 23 de outubro
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