Bovespa: quais ações poderão reagir de uma forma mais expressiva ao PAC?

Analistas avaliam perspectivas de médio prazo: energia, concessões rodoviárias, imobiliário e saneamento em maior evidência

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A reação do mercado de capitais brasileiro ao anúncio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi tímida. Influenciado também pelo fraco desempenho das bolsas norte-americanas, o Ibovespa, que na sexta-feira da semana passada registrou bons ganhos, fechou a última sessão em leve alta de 0,29%, cotado a 43.553 pontos.

Analistas avaliam que o programa é positivo, uma vez que sinaliza consenso político e que o governo está engajado em encontrar formas de fazer o país crescer de forma sustentável e sem inflação. “O PAC é positivo no sentido de tentar caminhar na direção do crescimento acelerado, o que o Brasil precisa”, comenta Álvaro Bandeira, da Ágora Corretora.

No entanto, a percepção é de que o programa anunciado pelo governo é modesto e não trouxe nenhuma grande novidade, principalmente no que diz respeito à política fiscal. Ou seja, o PAC parece insuficiente para alavancar de forma relevante o crescimento ou alterar projeções do mercado financeiro no curto prazo.

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Impactos na infra-estrutura

Mônica Araújo, chefe de research da Ativa Corretora, concorda com a percepção de que o PAC trouxe poucas novidades, mas avalia que alguns setores podem reagir de uma forma positiva ao anúncio do programa no médio/longo prazo.

Dentre estes, os ligados direta ou indiretamente ao de infra-estrutura. Araújo acredita que a intenção do governo de reduzir a burocracia e os entraves para a concessão de licenças ambientais é positiva e pode beneficiar muitas empresas, principalmente as de geração de energia.

A analista lembra ainda que BNDES aprovou redução de spreads básicos para os empréstimos ligados aos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia, produção e distribuição de gás, ferrovias, portos, aeroportos, rodovias, saneamento e transporte urbanos.

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“Essas medidas podem reduzir o custo financeiro e viabilizar a execução de grandes projetos”, conclui.

Existe certo ceticismo com perspectivas

Kelly Trentin, da corretora SLW, concorda que foram apresentadas algumas medidas positivas, principalmente, para o segmento de infra-estrutura, mas também avalia com certo ceticismo as perspectivas. A analista ressalta que tudo vai depender da rentabilidade dos projetos e que o PAC apenas apresenta uma série de medidas que podem e não necessariamente serão implementadas.

“Vamos avaliar o caso do marco regulatório do setor de saneamento: o governo vetou uma série de pontos importantes. Agora, voltaram a discuti-los. Nada indica que as novas sugestões serão implementadas. Quando iam virar lei, o governo voltou atrás”.

Em relação à retomada das concessões rodoviárias, Kelly comenta que as empresas já vinham reclamando da rentabilidade dos projetos e agora o governo quer reduzi-la. Em relação ao setor imobiliário, a analista acredita que a desoneração e o aumento da oferta de crédito se apresentam como notícias positivas, mas que ainda falta uma série de medidas estruturais para que as vendas de imóveis realmente deslanchem no Brasil.

Quais papéis observar?

Pelo sim e pelo não, além das ações de companhias focadas em geração de energia, recomenda-se atenção aos papéis de empresas de infra-estrutura, como CCR, OHL e América Latina Logística, construção (Gafisa, Rossi, Cyrela, Company, entre outras) e saneamento (Sabesp, Sanepar e Copasa).

No segmento de siderurgia existe um maior otimismo com os papéis da Gerdau, principal fornecedora de aços longos do país. O principal ponto estabelecido pelo governo no segmento é a exclusão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para perfis de aço, o pode vir a favorecer a empresa gaúcha.

Em uma visão com prazo mais dilatado, comenta-se ainda que a redução dos encargos e o aumento das fontes de financiamento de computadores podem beneficiar empresas de internet, como, por exemplo, UOL.

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