Bônus corporativos causam atritos nos governos, e EUA e França prometem regulações

Caso AIG desperta vontade de limitar prática através de leis; Congresso norte-americano dá primeiro passo e aprova medida

Thiago Gomes Amorim

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SÃO PAULO – Prática comum entre as grandes empresas, o pagamento de bônus a executivos tornou-se motivo de desconforto nos EUA, após companhias que receberam aporte do governo terem gastos cifras milionárias com seus dirigentes.

Entre os exemplos de maior repercussão, a AIG tem lugar de destaque por pagar US$ 165 milhões ao alto escalão, mesmo tendo pego semanas antes o aporte de US$ 173 bilhões para sobreviver à crise internacional.

O caso repercutiu em todo o mundo e chegou a arranhar a imagem do governo. Barack Obama já disse que ficou “indignado” com a seguradora e prometeu que irá conseguir recuperar o dinheiro. Na quinta-feira (19), foi a vez do secretário do Tesouro tomar as dores do presidente e dizer que saber do bônus era sua responsabilidade.

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Falha de comunicação
“Eu fui informado sobre a escala desse pagamento apenas no dia 10 de março”, declarou Timothy Geithner em entrevista ao canal de notícias CNN. “Isso era minha responsabilidade, eu estou numa posição em que deveria saber dessa informações antes”.

O secretário desmentiu os boatos de que estaria prestes a pedir demissão e enfatizou os esforços que o governo está fazendo para superar o caso AIG. O Senado deve votar na semana que vem uma lei que tributa em 90% os bônus pagos por empresas que receberam suporte financeiro.

Na última quinta-feira, o Congresso norte-americano aprovou sem dificuldades a versão preliminar da medida, que deverá ser destinada às companhias que obteram mais de US$ 5 bilhões do plano de ajuda. Os funcionários com salário anual acima de US$ 250 mil terão suas bonificações taxadas.

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Baixa popularidade
“Pagar bônus excessivos aos mesmos executivos que nos colocaram nessa crise é algo inaceitável”, afirmou o líder do Finance Committee, Max Baucus. “Milhões de pessoas estão se esforçando para superar as dificuldades e economizar. O Congresso precisa fazer o mesmo”.

A questão é discutida também fora do país e empresários de outras partes do mundo defendem o uso de bonificações. Na França, a Medef (associação dos empregadores franceses) rejeitou a tentativa do governo de limitar os pagamentos, o que despertou certo atrito com o ministro do trabalho. “Se ela não concorda, cabe ao governo tomar uma posição. Isso significa que criaremos uma lei”.

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