Bolsonaro volta à carga contra restrições e questiona “até quando economia vai resistir”

Para presidente, objetivo dos governadores é de enfraquecer o governo federal, e não de salvar vidas

Reuters

(Isac Nóbrega/PR)

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BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro voltou à carga nesta quinta-feira contra as restrições de atividades impostas por governadores e prefeitos nas últimas semanas com o objetivo de conter a Covid-19 em meio a recentes recordes de mortes e casos, e questionou até quando a economia brasileira vai resistir a essas medidas.

“Até quando nossa economia vai resistir porque, se colapsar, vai ser uma desgraça”, disse Bolsonaro, em participação virtual no primeiro encontro do ano da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa (MPE).

Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro afirmou que o governo adotou medidas como o pagamento do auxílio emergencial para evitar que o “caos” se instalasse no Brasil, e contestou novamente a adoção de medidas de restrição de locomoção das pessoas e de abertura de atividades comerciais, duvidando da eficácia delas para conter o vírus, o que contraria as evidências científicas.

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“Essas pessoas que geralmente trabalham de manhã para comer à tarde. Nós não abandonamos, mas até quando poderemos aguentar essa irresponsabilidade do lockdown”, disse. Tecnicamente, entretanto, não há medidas de lockdown impostas no país.

Segundo Bolsonaro, quando medidas de restrição foram adotadas no início da pandemia tinham como objetivo dar tempo para que os entes regionais se equipassem, mas agora, segundo ele, o objetivo dos governadores é de enfraquecer o governo federal, e não de salvar vidas.

“O que o povo quer e tenho ouvido é trabalhar. Quem rema contra isso daí, faz com que intenção?”, questionou. “Só consegue atingir a figura do presidente se tomar medidas como essa. Eles não querem salvar vidas, querem poder”.

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O presidente repetiu dados e ações tomadas pelo governo federal para comprar vacinas contra Covid-19 desde meados do ano passado. Segundo ele, o país já tem contratado 400 milhões de doses até o final do ano, sendo que apenas neste mês serão recebidas 20 milhões de doses.

Na véspera, Bolsonaro já havia exaltado em discurso as ações federais em favor de Estados e municípios para o combate à pandemia, além de ter feito uma defesa enfática da vacinação em massa, em uma mudança de postura.

Em uma cena incomum, todos os presentes a uma cerimônia no Palácio do Planalto usaram máscara, inclusive Bolsonaro, que só a retirou para fazer o seu discurso. Mais tarde, porém, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, disse que seus críticos deveriam “enfiar a máscara no rabo”.

A frase foi dita durante uma live em que comentava a viagem a Israel, que fez como parte de uma comitiva enviada por seu pai para tentar trazer ao Brasil a pesquisa de um spray nasal para uso contra Covid-19.

“Eu acho uma pena, essa imprensa mequetrefe que a gente tem aqui no Brasil fique dando conta de cobrir apenas a máscara. ‘Ah a máscara, está sem máscara, está com máscara’. Enfia no rabo, gente, porra! A gente está lá trabalhando, ralando”, disse em uma live gravada enquanto dirigia e divulgada em suas redes sociais.

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