Bolsonaro rebate denúncia e lista 2 únicos fatores que podem tirá-lo das eleições

"O que está em jogo? É o poder, é quem vai sentar-se naquela cadeira presidencial", afirmou o parlamentar

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em sua primeira manifestação em vídeo após uma série de reportagens do jornal Folha de S. Paulo apontar para um crescimento patrimonial e supostas irregularidades no recebimento de auxílio-moradia, o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse que não irá desistir de seus propósitos de comandar o país. O parlamentar se diz vítima de ataques e acredita que, por trás das acusações, estaria um interesse de tirá-lo da disputa pela sucessão de Michel Temer no Palácio do Planalto.

“O que está em jogo? É o poder, é quem vai sentar-se naquela cadeira presidencial. É o homem que vai indicar os três ou quatro ministros do Supremo Tribunal Federal, que vai indicar o futuro procurador-geral da República. É o homem que realmente vai conduzir o Brasil com suas políticas, vai indicar seus ministros. Eu sou uma pessoa completamente fora do establishment, eu sou o diferente, eu sou aquele intruso no poder”, afirmou Bolsonaro em vídeo de 11 minutos e 40 segundos postado em suas redes sociais (assista a íntegra ao final da matéria).

“Agora o que acontece? Apontam a bateria para cima de mim, no caso a Folha de S. Paulo, tentando me desestabilizar, me colocar no mesmo nível dos candidatos que eles apoiam, do PSDB. Eles preferem até um petista na presidência, o Lula, do que eu”, disse. Segundo o deputado, o objetivo consiste em evitar a todo custo que ele vença as eleições. “Qualquer um pode chegar: Lula, Alckmin, Marina, seja lá quem for, menos eu. Porque com eles dá para compor. Com eles, eles podem falar que haverá governabilidade. E governabilidade para eles é ratear o poder público, ministérios, estatais”, declarou o parlamentar.

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Em reportagem publicada no último domingo, o jornal Folha de S. Paulo apontou para um crescimento expressivo no patrimônio do presidenciável e sua família. De acordo com a publicação, os principais apartamentos e casas comprados pela família nos últimos dez anos registraram preço de aquisição bem abaixo da avaliação da prefeitura do Rio à época, o que, em tese, ofereceria indícios de operação suspeita, nos critérios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e do Cofeci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis). Até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens avaliados em cerca de R$ 1 milhão, o que incluía apenas três dos atuais 13 imóveis. Hoje, o patrimônio imobiliário dos quatro parlamentares tem preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões. O mesmo jornal noticiou que Jair Bolsonaro e um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), recebem R$ 6.167 por mês de auxílio moradia mesmo possuindo imóvel em Brasília.

Apesar das reportagens, que na avaliação do deputado consistem em uma peça acusatória de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, Bolsonaro descarta desistir de sua candidatura. Atualmente, o parlamentar ocupa a segunda posição em todos os cenários de primeiro turno avaliados pelos principais institutos de pesquisa. “Pode ter certeza de uma coisa: Eu não desistirei dos meus propósitos. Os meus propósitos são Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Só em 2 situações eu posso não estar neste ano no debate presidencial: se me tirarem na covardia por um processo qualquer ou se me matarem. Não estou preocupado com isso. Se me matarem, vão ter que me enterrar. Vão arranjar outro Celso Daniel”, provocou.

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O vídeo também marcou a primeira vez em que o congressista falou sobre o conteúdo das reportagens. Sobre a denúncia de que possui um imóvel em Brasília e ainda assim recebe o benefício de auxílio-moradia, Bolsonaro confirmou a prática. “Tenho, sim, um apartamento de aproximadamente 60 metros quadrados. O que eu posso fazer? Vender o apartamento [em Brasília], comprar outro imóvel no Rio de Janeiro e morar em um apartamento-mansão da Câmara, de 200 metros quadrados, alguns com hidromassagem, com segurança que eu não vou pagar. Não vou pagar IPTU, nem condomínio. E estão implicando com R$ 3.500/3.600 que recebo a título de auxílio moradia, como se eu fosse um bandido”, observou. Considerando os comentários gerados nas redes por conta do episódio, o deputado disse estar convencido da venda do imóvel na capital federal. O deputado ainda se negou a responder 32 perguntas enviadas pela Folha. Disse que, caso o jornal queira ouvi-lo, que seja pessoalmente.

Confira a íntegra do vídeo:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.