Bolsonaro rebate críticas e diz que não foi convencido a mudar discurso sobre Covid

"Me chamam de negacionista ou de ter um discurso agressivo, respeitem a ciência, não deu certo", disse, referindo-se ao chamado lockdown

Reuters

Presidente Jair Bolsonaro após reunião no Ministério da Economia em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta quarta-feira críticas que vem sofrendo sobre sua atuação no combate à pandemia, e afirmou que não foi convencido a mudar o discurso sobre a Covid-19 e não defenderá medidas como um lockdown nacional.

Depois de dias seguidos de novos ataques a governadores e prefeitos que têm adotado medidas de restrição de atividades para conter a transmissão do coronavírus, Bolsonaro usou discurso em evento no Palácio do Planalto de sanção da regulamentação do Fundo Nacional do Ensino Básico (Fundeb) para afirmar que a epidemia não pode “continuar sendo politizada”.

Em meio ao pior momento da crise sanitária no país, Bolsonaro relatou conversas com pessoas afetadas pelas medidas restritivas, às quais se referiu como “estado de sítio decretado por alguns governadores”, fazendo mais uma vez uso equivocado do termo para se referir ao toque de recolher e outras ações adotados por alguns governadores.

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“Me chamam de negacionista ou de ter um discurso agressivo, respeitem a ciência, não deu certo”, disse, referindo-se ao chamado lockdown.

Para sustentar sua argumentação, Bolsonaro citou afirmação de David Nabarro, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em entrevista destacou impactos econômicos negativos do lockdown. Na mesma entrevista, no entanto, Nabarro salientou que lockdowns são justificados em momentos de crise, para reorganizar os sistemas de saúde.

Além disso, a OMS defende o uso de máscaras como forma de contenção da disseminação do vírus, enquanto Bolsonaro seguidas vezes criticou o uso das mesmas, afirmando inclusive que este seria o último tabu da pandemia a cair.

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O Brasil é hoje o país onde mais óbitos por Covid-19 ocorrem em todo o mundo, com quase 300 mil mortos desde o início da pandemia. Todos Estados do país estão com o sistema de saúde sobrecarregado e em muitos deles os leitos de UTI estão todos ocupados e já foram registradas mortes de pessoas que esperavam por uma vaga.

“Vamos buscar uma maneira de melhorar o atendimento da população, vamos… parece que no mundo todo só no Brasil está morrendo gente”, disse Bolsonaro.

No que pareceu ser uma resposta a uma carta aberta de economistas e empresários com críticas à sua gestão e a do governo sobre a pandemia, Bolsonaro disse que não foi convencido a mudar.

“Eu devo mudar meu discurso? Eu devo me tornar mais maleável? Eu devo ceder?… Se me convencerem do contrário faço, mas não me convenceram ainda”, afirmou.

Neste final de semana, um conjunto de mais de 500 empresários e economistas divulgaram uma carta com duras críticas à condução do combate à epidemia pelo governo e cobrando medidas mais eficientes, entre elas ações de distanciamento social, uso de máscaras e advertem que sem uma coordenação nacional a economia do país irá se deteriorar ainda mais por causa da pandemia.

Bolsonaro, que costuma atacar aqueles que adotam medidas diferentes das que defende para enfrentar a pandemia, afirmou que não estava mandando recado a ninguém, mas arrematou: “Devemos lutar é contra o vírus e não contra o presidente.”

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