Bolsonaro pede ao TSE cassação de registro de Haddad por causa da turnê de Roger Waters

Campanha do candidato do PSL também pede que a empresa organizadora dos shows do músico, a T4F, seja investigada

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A campanha do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) pediu na sexta-feira (26) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma investigação para apurar se houve propaganda irregular a favor do seu adversário no segundo Fernando Haddad (PT) por propaganda irregular e abuso de poder econômico com a realização da turnê do músico Roger Waters, ex-integrante e um dos fundadores da banda Pink Floyd. Waters tem feito críticas contundentes ao candidato do PSL. 

Os advogados de Bolsonaro também pedem que, ao fim do processo, Haddad e sua candidata a vice, Manuel D’ávila (PCdoB), tenham o registro de candidatura ou diplomas eleitorais cassados caso sejam eleitos e fiquem inelegíveis por oito anos. 

Segundo o pedido feito ao TSE, Roger Waters colocou em prática “ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa” contra Bolsonaro durante a turnê pelo País, beneficiando diretamente o adversário petista. O pedido de abertura da ação será analisado pelo ministro Jorge Mussi, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.

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Os advogados eleitorais de Bolsonaro apontam que, em show do cantor em São Paulo, foi exibido no telão a mensagem “#elenão”, definido como “instrumento de campanha negativa” contra Bolsonaro.

Além disso, a defesa do candidato do PSL apontou que o show realizado em 9 de outubro, em São Paulo, contou com um grande público, com 45 mil pessoas estiveram presentes. Esse público, apontaram os advogados, “equivale à população de alguns países. Mônaco tem cerca de 38 mil habitantes. San Marino tem cerca de 33 mil habitantes”, citando em seguida algumas cidades brasileiras com população parecida. Os advogados também alegam que, em razão da forte polarização política por que passa o Brasil, a atitude de Waters colocou em risco a segurança de 45 mil pessoas.

Posteriormente, a defesa alegou que ” a eficácia de uma mensagem de cunho eleitoral, transmitida em um show artístico, por um artista mundialmente admirado, para um público que equivale à população de cidades e países, é gigantesca, reverbera para além do espaço em que se realizou o show, pois alcança mídia e redes sociais, produzindo poderoso impacto no processo de formação do juízo do eleitor quanto ao pleito presidencial 2018″.

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A defesa de Bolsonaro também apontou que Roger Waters pediu à Justiça o direito de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político de Haddad, na prisão. O pedido foi negado. 

Bolsonaro também voltou a sua carga para a empresa que organiza os shows, a T4F (SHOW3). A campanha de Bolsonaro acusa a empresa de promover shows em benefício da candidatura de Haddad, “utilizando-se de propaganda negativa em showmício de grande alcance e divulgação”. Os advogados de Bolsonaro apontaram que a T4F é beneficiária da Lei Rouanet, que destina recursos públicos para a cultura.

Especificamente com relação aos shows de Waters, afirmaram não ter provas de que a lei foi usada para financiá-los, mas pedem investigação. Para eles, pode ter havido uma espécie de showmício financiado com caixa dois, o que é proibido. Também destacaram que a Lei Rouanet é criticada por Bolsonaro, que propõe que ela sofra alterações.

Assim, os advogados sugerem que tenha havido um conluio entre a empresa que organizou o show e a campanha adversária, para que e Haddad seja o vencedor da eleição e ela possa continuar se beneficiando da Lei Rouanet. A empresa ainda não se manifestou sobre o assunto. 

Vale destacar que a Justiça Eleitoral do Paraná já mandou advertir a produção do show do cantor Roger Waters para restrições às manifestações políticas. Segundo a lei eleitoral, elas estão proibidas a partir das 22 horas do dia que antecede as eleições. Dessa forma, o cantor, que tem usado seus shows no Brasil para manifestação política, só poderá fazê-lo na primeira meia hora do show, que começará às 21h30 deste sábado (27)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.