Bolsonaro pede a banqueiros menores juros em consignado de beneficiários do BPC

Lei autoriza a concessão de crédito consignado a inscritos nos programas de renda do governo, ao limite de 40%, mas instituições bancárias resistem a aderir

Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) em audiência com o Secretário-Geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu, nesta segunda-feira (8), a banqueiros reunidos em evento promovido pela Febraban, em São Paulo, que reduzam juros cobrados sobre empréstimos consignados contraídos por inscritos no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A possibilidade foi autorizada na semana passada para beneficiários do BPC, do Auxílio Brasil e do Renda Mensal Vitalícia (RMC).

“Faço apelo para vocês agora, vai entrar pessoal do BPC no consignado. Isso é garantia, desconto em folha. Se puderem reduzir o máximo possível”, declarou o presidente no evento, citando o episódio em que pediu a supermercadistas a redução da margem de lucro em produtos da cesta básica.

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Lei sancionada na última quarta-feira autoriza a concessão de crédito consignado a inscritos nos programas de renda do governo, ao limite de 40%. Instituições bancárias, no entanto, resistem a aderir à proposta, vista pela campanha à reeleição como possível alavanca para Bolsonaro nas pesquisas.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse na sexta-feira que o banco não vai operar o empréstimo consignado do Auxílio Brasil pelo caráter transitório e, assim, de risco, do benefício. O Auxílio de R$ 600,00 vence em dezembro.

Lazari está presente no evento da Febraban com Bolsonaro, assim como os CEOs Milton Maluhy (Itaú Unibanco), Roberto Sallouti (BTG Pactual), Mário Leão (Santander Brasil), Marcelo Marangon (Citibank) e outros.