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SÃO PAULO – No último domingo (25), Paulo Guedes, economista liberal e mentor do deputado Jair Bolsonaro, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo para falar um pouco de suas ideias e relação com o pré-candidato à presidência. Ele é apontado como a cabeça pensante do plano econômico de Bolsonaro e, em caso de êxito da campanha, deve ser seu ministro da Fazenda.
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Mas além de sua fala e comentários feitos, a equipe da XP Investimentos fez uma análise do que representa Guedes dar esta entrevista agora, principalmente seu impacto para a candidatura de Bolsonaro. “Se o convite a Paulo Guedes é uma tentativa de mudança de convicção, tentativa de acordo político com a economia, ou engodo, o tempo dirá. O cheiro, por ora, é de tentativa de acordo, de lançar pontes, com setores financeiros e produtivos”, dizem os analistas.
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“Se trata do passo que necessita Bolsonaro para sair do discurso unipolar sobre segurança que agora ele incomodamente divide com Temer pós-golpe-de-mestre da intervenção no Rio de Janeiro”, continua a equipe da XP. Segundo eles, o deputado não ganhou as eleições com a entrevista da Guedes, mas “o momento é inteligente”, já que evita um esvaziamento político do pré-candidato por um tempo.
Com esta entrevista, Bolsonaro faz um gesto maior tentando entrar em um universo que era pró-PSDB nas últimas eleições, mas que agora enfrenta desconfiança por conta das disputas internas entre os tucanos. Ao falar com o jornal, Guedes garantiu a existência do deputado no imaginário do mercado e ainda disputa o anúncio de Pérsio Árida como chefe do programa de Geraldo Alckmin. “Mais um ponto para Bolsonaro nessa briga”, diz a XP.
“O principal problema para Bolsonaro é que em algum momento em breve ele próprio terá que se manifestar sobre propostas”, analisa a equipe da corretora. Os analistas destacam que o brasileiro, mesmo com tantas mudanças, ainda foca em questões prosaicas e não deixou de ser o povo que escolheu Dilma e a propaganda de João Santana no lugar de Marina Silva e a indepência do Banco Central ou Aécio Neves e Armínio Fraga como ministro.
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“Bolsonaro foi inteligente e avança uma base, mas, ainda falta bastante para cobrir o campo todo”, conclui a XP.
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