Bolsonaro lamenta prisão de ex-ministro da Educação, diz que ex-auxiliar responderá por seus atos

"A imprensa vai dizer que está ligado a mim, etc. Paciência. Se tiver algo de errado, ele vai responder", disse o presidente

Reuters

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(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta quarta-feira a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro pela Polícia Federal e disse que o ex-auxiliar responderá por seus atos caso tenha feito algo de errado.

“É como a questão do Milton, lamento. A imprensa vai dizer que está ligado a mim, etc. Paciência. Se tiver algo de errado, ele vai responder. Se tiver.. Se for inocente, sem problema. Se for culpado, vai pagar”, disse o presidente em entrevista à Rádio Itatiaia.

“O governo colabora com a investigação. A gente não compactua com nada disso. Agora, não sei qual a profundidade dessa investigação. No meu entender, não é aquela orgânica, porque nós temos os compliances nos ministérios. Qualquer contrato, qualquer negócio não passa”, acrescentou ao confirmar que soube da prisão do ex-ministro, mas não tinha informações sobre as investigações.

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Segundo uma fonte da Polícia Federal, Ribeiro foi um dos alvos de mandados de prisão no âmbito da operação “Acesso Pago”, destinada a investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.

Informações da imprensa apontaram ainda que um pastor evangélico ligado a Bolsonaro também foi detido na operação policial desta quarta-feira.

Em nota, a PF disse que durante as investigações foram identificados “possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas”. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisões nos Estados de Goiás, São Paulo, Pará, além do Distrito Federal, entre outras medidas.

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A apuração investiga crimes como tráfico de influência, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.

Em nota, o MEC confirmou que uma equipe da PF esteve nas dependências do ministério e que continua “colaborando com todas as instâncias de investigação que envolvem a gestão anterior da pasta”.

“No sentido de esclarecer todas as questões, o MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível”, disse.

“O MEC ressalta que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e continuará a colaborar com as investigações”, completou.

Em março, época em que surgiram as denúncias em torno da atuação de Ribeiro no Ministério da Educação, e antes do afastamento do então ministro do cargo, Bolsonaro afirmou em uma de suas transmissões semanais nas redes sociais que colocaria a “cara no fogo” por Ribeiro.

“O Milton –é coisa rara o que eu vou falar aqui– eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, disse o presidente na ocasião.

Dias depois da manifestação de confiança de Bolsonaro, Ribeiro pediu demissão do cargo na esteira da divulgação de áudios que apontavam para existência de um balcão de negócios na pasta, envolvendo a intermediação de pastores evangélicos, para a liberação de recursos do ministério para prefeituras.

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