Bolsonaro é ótimo ou bom para 35% e ruim ou péssimo para 39%, mostra XP/Ipespe

Pesquisa mostra leve recuperação dos níveis de aprovação do presidente. Mas percepção sobre combate à corrupção atinge pior marca em um ano

Marcos Mortari

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

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SÃO PAULO – Os índices de aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro junto ao eleitorado tiveram uma pequena recuperação em novembro, a despeito de um noticiário conturbado envolvendo o entorno do mandatário. É o que mostra a nona rodada da pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta quarta-feira (13).

Segundo o levantamento, realizado entre os dias 6 e 8 de novembro, 35% dos entrevistados avaliam o atual governo como ótimo ou bom. O resultado supera em 2 pontos percentuais a marca de outubro e em 5 pontos o desempenho de setembro. Com isso, o presidente retorna a patamares do primeiro semestre.

O movimento ocorre em meio a um momento conturbado para o governo. Nas últimas semanas, Bolsonaro protagonizou uma disputa com o presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), por maior controle nas decisões do partido; um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), indicou apoio a “um novo AI-5” em caso de “radicalização” da esquerda; e o depoimento de um porteiro colocou o nome de Bolsonaro nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco.

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Por outro lado, o grupo dos que classificam a gestão como ruim ou péssima oscilou positivamente 1 ponto percentual, passando para a marca de 39% em novembro. O pior resultado do governo neste quesito foi atingido há dois meses: 41%.

O crescimento dos dois polos (apoiadores e críticos ao governo) ocorre em meio a uma diminuição do percentual de eleitores que consideram a gestão regular. Em novembro, esta ala chegou a 25% do eleitorado, em sua menor marca na gestão Bolsonaro.

O levantamento ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do país a partir de entrevistas telefônicas realizadas por operadores. A margem máxima de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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(Fonte: XP/Ipespe)

O levantamento também mostrou que as expectativas para o restante do mandato de Bolsonaro permanecem sem grandes alterações em relação a outubro: 46% dos entrevistados esperam uma gestão positiva, contra 32% de respostas negativas. Outros 18% não souberam ou não quiseram opinar.


(Fonte: XP/Ipespe)

Combate à corrupção

Os pesquisadores também ouviram as expectativas dos eleitores sobre o futuro do combate à corrupção. Pela primeira vez na série histórica do levantamento, a avaliação de que haverá um aumento nos casos superou numericamente as apostas na redução nos índices.

Há um ano, 56% dos eleitores acreditavam que a corrupção diminuiria nos seis meses seguintes. Hoje, este grupo minguou para 31% dos respondentes. Já a ala que apostava em aumento da corrupção saltou de 17% para 32% no mesmo período. Há um empate técnico entre os dois grupos desde agosto, mas os pessimistas nunca haviam sido maioria.

(Fonte: XP/Ipespe)

Vale ressaltar, porém, a pesquisa, por ter sido feita entre 6 e 8 de novembro, capturou apenas parcialmente as reações à decisão do Supremo Tribunal Federal que derrubou o entendimento que permitia prisões após condenações em segunda instância. O julgamento das ações que tratavam do tema foi concluído na noite da última quinta-feira (7).

A decisão enfrenta resistência em parcela expressiva da sociedade e é frequentemente rotulada pelo senso comum como postura associada à impunidade, sobretudo nos chamados “crimes do colarinho branco”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.