Bolsonaro diz que volta ao Brasil está programada para 29 de março e vê inegibilidade como possível

Ex-presidente afirmou que enxerga a inelegibilidade como possível diante de processos que tramitam no TSE

Reuters

(Andressa Anholete/Getty Images)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, na noite de terça-feira (14), em evento com empresários brasileiros em Orlando, no Estado norte-americano da Flórida, que marcou o dia 29 de março para seu retorno ao Brasil, mas que avaliará a situação no país antes de tomar a decisão final, e afirmou que enxerga a inelegibilidade como possível diante de processos que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Eu sempre marco uma data para voltar. A data marcada agora é dia 29 deste mês. Quando falta uma semana, a gente estuda a situação, como que está o Brasil, como tão os contatos aqui”, disse Bolsonaro, que anteriormente tinha anunciado a volta ao país para esta quarta-feira. Ele está nos Estados Unidos desde que viajou dois dias antes do final de seu mandato no fim do ano passado.

O ex-presidente disse acreditar que o TSE pode torná-lo inelegível. Bolsonaro responde a 15 ações que podem cassar seus direitos políticos.

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Uma das ações investiga uma reunião que Bolsonaro realizou com embaixadores no ano passado, em que espalhou acusações sem evidência sobre supostas fragilidades do sistema eleitoral. Uma chamada “minuto de golpe” encontrada na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres faz parte dessa ação.

“Existe a possibilidade de inegibilidade sim, mas a questão de prisão só se for uma arbitrariedade. Nos atos antidemocráticos, não participei do quebra-quebra. Respeitei o pessoal na frente dos quartéis porque eles tem o direito de se manifestar publicamente”, afirmou.

Bolsonaro ainda defendeu seus apoiadores que invadiram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, negando que houve tentativa de golpe de Estado e lamentando os danos causados pelos manifestantes.

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“Que golpe é esse? Cadê a tropa? Já que eles tomaram os Três Poderes, quem é que assumiu?” questionou Bolsonaro. “Na nossa legislação, apesar de serem lamentáveis as cenas, não se enquadra na lei como atos terroristas. Ali foi invasão, depredação.”

Sobre a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornar candidata a algum cargo, Bolsonaro elogiou a participação da esposa em sua campanha à reeleição, mas negou a possibilidade de uma candidatura dela ao Palácio do Planalto.

“Ela foi fantástica, me ajudou bastante na campanha e tem essa veia política. Lançaram ela candidata à presidente, ela ficou revoltada, porque começou a apanhar… Não é candidata ao Executivo. Ela pode disputar um cargo eletivo”, disse Bolsonaro.