Bolsonaro testa positivo para o novo coronavírus

O exame foi feito na noite anterior, após o presidente apresentar sintomas como cansaço, mal-estar, dor muscular e febre de até 38ºC

Marcos Mortari

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto (Andressa Anholete/Getty Images)

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SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira (7), que testou positivo para o novo coronavírus. A confirmação foi dada a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do mandatário. Agora, o presidente diz que passará a despachar por videoconferência.

O exame que detectou a infecção por Covid-19 foi feito na noite anterior, após o presidente sentir sintomas como cansaço, mal-estar, dor muscular e febre de até 38ºC. Bolsonaro também disse que chegou a realizar uma ressonância magnética dos pulmões no hospital das Forças Armadas, mas que não foram detectados problemas.

Ao anunciar que contraiu o vírus, Bolsonaro fez um retrospecto sobre o comportamento do governo federal no combate à doença. O presidente reclamou por ter sido “muito criticado por minhas posições no passado”, citou decisões do Supremo Tribunal Federal que deixaram a decisão sobre políticas de isolamento social a cargo de prefeitos e governadores e disse que houve um “superdimensionamento” da crise sanitária.

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“No meu entender, houve um superdimensionamento. Sabemos da fatalidade do vírus para aqueles que têm uma certa idade, como eu, acima de 65 [anos], bem como aqueles que têm comorbidades, doenças, outros problemas. Isso o vírus poderia ser decisivo e levaria a óbitos”, afirmou usando máscara, mas bem próximo aos jornalistas.

“Medidas outras, exageradas ou não, levou (sic) um certo pânico à sociedade no tocante ao vírus. Todo mundo sabia que, mais cedo ou mais tarde, ia atingir uma parte considerável da população, como tem muita gente… Eu, por exemplo, se não tivesse feito o exame, não saberia do resultado. E ele acabou de dar positivo”, disse.

O presidente disse que começou a manifestar “uma certa indisposição” no último domingo (5). Os sintomas pioraram ao longo da segunda-feira, quando passou a sentir “cansaço, um pouco de dor muscular e febre, que chegou a bater 38ºC”. Diante do quadro, Bolsonaro disse que foi aconselhado a fazer uma tomografia dos pulmões no hospital das Forças Armadas. O exame, segundo ele, não detectou problemas.

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Mas, dados os sintomas, o presidente afirmou que a equipe médica da Presidência da República optou por iniciar a administração de hidroxicloroquina e azitromicina – cuja eficácia para a doença não é comprovada e tem sido alvo de polêmica no meio médico.

“Confesso a vocês: estou perfeitamente bem”, afirmou. O presidente disse que fez o exame para saber se estava contaminado “e evitar o contágio de terceiros”.

Questionado se foi pego de surpresa pelo resultado, o presidente disse que achava ter contraído a doença anteriormente. “Tendo em vista esse meu contato com o povo bastante intenso nos últimos meses, eu achava até que tivesse contraído e não percebido”, disse.

Bolsonaro disse que cancelou agendas externas e passará a despachar por videoconferência, “raramente recebendo uma ou outra pessoa para assinar algum documento”.

Ao final da entrevista, o presidente deu alguns passos para trás e tirou a máscara para, segundo ele, mostrar que está bem. “Vamos tomar cuidado, em especial os mais idosos, que têm comorbidade. E os mais jovens, tomem cuidado. Mas se forem acometidos do vírus, fiquem tranquilos porque, para vocês, a possibilidade de algo mais grave é próximo de zero”, disse.

Sintomas

Bolsonaro havia comentado da realização do teste na tarde de segunda-feira (6), ao se encontrar com apoiadores no Palácio da Alvorada. “Eu vim do hospital, fiz uma chapa do pulmão, tá limpo o pulmão. Vou fazer exame do Covid agora há pouco, mas está tudo bem”, disse em fala transmitida por um canal bolsonarista no YouTube.

Na ocasião, o presidente usava máscara e pediu distanciamento às pessoas. “Não é para chegar muito perto não, recomendação aí para todo mundo”, afirmou. Segundo a emissora CNN Brasil, Bolsonaro apresentou taxa de oxigenação de 96% no sangue e disse que estava tomando hidroxicloroquina.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.