Bolsonaro diz que, sem ele, não há direita no Brasil: “Juntam quantos no aeroporto?”

"Já tentaram várias vezes e não conseguiram. Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto em um bate-papo?", afirmou o ex-presidente sobre as articulações da direita para as eleições de 2026

Equipe InfoMoney

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na porta da sua casa, em Brasília (DF) (Foto: Adriano Machado/Reuters)
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na porta da sua casa, em Brasília (DF) (Foto: Adriano Machado/Reuters)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na terça-feira (29), que não existe direita política no país, a não ser a liderada por ele. Questionado sobre a possibilidade de políticos se viabilizarem sem o seu comando, Bolsonaro afirmou se tratar de uma “utopia”, pois não há integrantes da direita que saibam “a linguagem do povo” como ele.

“Já tentaram várias vezes e não conseguiram. Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto em um bate-papo?”, afirmou o ex-presidente. Para Bolsonaro, viabilizar a direita sem a sua liderança é uma proposta de “estrategistas intergaláticos”.

O ex-presidente, que visitou o Congresso Nacional, criticou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que o chamou de “desrespeitoso” e “deselegante”. “Se você o desagrada, ele vira teu inimigo”, afirmou Bolsonaro. 

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O ânimo entre os dois se acirrou com a eleição à prefeitura de Goiânia (GO), em que o candidato apoiado por Caiado, Sandro Mabel (União Brasil), venceu no segundo turno Fred Rodrigues (PL), postulante com o aval de Bolsonaro. As controvérsias entre o governador e o ex-presidente, contudo, são anteriores ao pleito na capital goiana.

Caiado apoiou Bolsonaro nas duas vezes em que disputou a Presidência da República, mas se indipôs com o ex-chefe do Executivo federal durante a pandemia de Covid-19, quando afirmou que o então presidente “lavava as mãos” ao atribuir a responsabilidade da crise aos Executivos estaduais.

Além disso, o governador de Goiás planeja ser candidato a presidente em 2026, contrariando os planos de Bolsonaro, que está inelegível, mas espera a aprovação de uma anistia do Congresso para participar do pleito. 

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Além de Caiado, nomes como os dos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, também são cotados para a próxima eleição presidencial.

O ex-presidente admite a negociação com o Legislativo por uma anistia, mas afirma que a prioridade são os detidos pela participação nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023 e evita detalhar um eventual plano eleitoral. 

Questionado sobre quem seria seu candidato a vice preferido, Bolsonaro desconversou: “Nem arranjei a namorada e vocês querem que eu marque a data do casamento”.

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(Com Estadão Conteúdo)