Bolsonaro diz ainda não ter votos para Previdência e confirma planos de trocar cédulas de R$ 50 e R$ 100

Presidente porém ponderou, em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, que sente os deputados cedendo pela aprovação

Lara Rizério

(Alan Santos/PR)

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SÃO PAULO – Em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, Jair Bolsonaro admitiu que o governo ainda não tem votos para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Porém, o presidente apontou que sente os deputados cedendo pela aprovação, ainda que estejam “reticentes”.

“A Câmara está cumprindo os prazo regimentais, mas sabe que tem ruídos e, por enquanto, eu acho que não temos os 308 votos necessários. Agora, estou à disposição deles. Se é para conversar comigo, eu viro noite para conversar sem problema nenhum. Agora, a bola está com o Parlamento”, afirmou. 

Bolsonaro ainda comentou a pressão feita por alguns partidos pela retirada de municípios e estados da proposta de emenda à Constituição. Em estudo pelo relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), está a inclusão apenas os servidores de estados mais endividados e com maior proporção de idosos.

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“Há a ameaça na Câmara de tirarmos estados e municípios da reforma. Aí, prefeito chia. Governador chia. Porque o prefeito teria dificuldade de impor as mesmas regras que estamos impondo para servidores públicos para seu servidor municipal. Estou supondo. Porque todos se conhecem. Vereador é tio, compadre, de todo mundo da cidade. Complica a situação dele”, afirmou. 

Ao ser questionado se a tramitação do projeto tem “demorado”, Bolsonaro apontou que a Câmara está cumprindo os prazos regimentais, apesar dos “ruídos”. Ele ainda enfatizou que está à disposição do Parlamento para discutir a reforma.

O presidente ainda afirmou ter passado a apoiar a reforma da Previdência após assumir o cargo, tendo assim acesso aos números do Orçamento do país.

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Bolsonaro ainda confirmou haver estudos no governo para a troca das cédulas de R$ 100 e R$ 50 de forma que o dinheiro seja depositado no sistema financeiro ou colocado em circulação.

“Chegou ao nosso conhecimento mudar as notas de R$ 100 e R$ 50 no prazo de um ano. Daí quem tem dinheiro guardado por aí vai ter de se virar. Vai no mercado, bota pra rodar esse recurso”, afirmou. 

O presidente ressaltou que “existe essa proposta, mas depende do sinal verde da economia para saber se ela é viável”, ao abordar o custo trazido pelas mudanças.

Bolsonaro, contudo, não explicou qual seria o argumento para justificar a mudança nas notas de dinheiro.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.