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SÃO PAULO – Dias após a Consultoria do Senado Federal interpretar como nepotismo a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro admitiu, nesta terça-feira (20), a possibilidade de recuar do movimento se perceber que não há votos suficientes. Para o mandatário, os pareceres dos técnicos têm “viés político” e são elaborados “de acordo com o interesse do parlamentar”.
“As consultorias, elas agem de acordo com o interesse do parlamentar. É igual na redação, que vocês aprenderam. ‘Faça uma matéria sobre Jesus Cristo’. Você pergunta: ‘Contra ou a favor?’. Assim que vocês aprenderam na universidade. Aqui é a mesma coisa. Então, tem um viés político nessa questão. O que vale para mim é uma súmula do Supremo dizendo que nesse caso não é nepotismo”, disse na saída do Palácio do Alvorada.
“Não pode ter viés ideológico nessa questão. E o embaixador é um cartão de visita. É a mesma coisa comigo. Para ser presidente, tenho que entender de saúde, educação e economia? É impossível”, complementou.
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Quando questionado sobre a possibilidade de desistir da indicação do filho para o mais cobiçado posto da diplomacia brasileira, o presidente disse que “tudo é possível” na política e que não deseja submetê-lo a um fracasso.
“Você, por exemplo, está noivo. A noiva é virgem. Vai que você descobre que ela está grávida. Você desiste do casamento? Na política, tudo é possível. Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência. Tudo pode acontecer”, afirmou.
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Para ser efetivado, o nome de Eduardo Bolsonaro precisa ser apreciado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e aprovado por mais da metade dos votos dos presentes em votação em plenário. O presidente disse que o Palácio do Planalto tem conversado com os parlamentares e atuado pela aprovação, mas admitiu que é direito da casa legislativa rejeitar a indicação de seu filho.
O parecer da consultoria técnica, de 13 de agosto, argumenta que o cargo de chefe de missão diplomática é um posto comissionado comum. Neste caso, seria vedado o nepotismo, por decreto de 2010 e uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2008.
Os consultores não entendem o cargo de embaixador como meramente político, como o de ministro ou secretário, o que permitiria uma exceção à regra do nepotismo. O tema divide os parlamentares no Senado.
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