BofA lista 7 ações que devem se beneficiar com as medidas do governo

Contudo, analistas do Bank of America afirmam que os estímulos só terão impacto positivo se forem corretamente implementadas

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Algumas empresas devem se beneficiar das medidas anunciadas pela presidente da República Dilma Rousseff, acredita o Bank of America Merrill Lynch. Embora demonstrem ceticismo em relação à efetividade das medidas, os analistas Felipe Hirai, Renato Onishi e Marina Valle colocam empresas de consumo e infraestrutura entre mais beneficiadas das recentes decisões tomadas pelo governo para impulsionar a atividade econômica do País.

As ações de Ambev (AMBV4), Pão de Açúcar (PCAR4), Hypermarcas (HYPE3) e M.Dias Branco (MDIA3) estão entre as empresas de consumo que devem se beneficiar dessas medidas, enquanto as operadoras de rodovias CCR (CCRO3) e OHL Brasil (OHLB3) também enfrentam um cenário mais positivo. Por fim, a Mills (MILS3), que presta serviços de engenharia, completa a lista de empresas que serão beneficiadas.

As medidas estão fixadas em quatro pilares: corte nas tarifas de energia, redução do spread bancário para consumidores, cortes de impostos para indústrias e investimentos em infraestrutura. “Estamos céticos, mas se elas forem corretamente implementadas e acompanhadas da depreciação do real, essas medidas devem ter um impacto positivo na economia”, avaliam os analistas.

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Medidas
O corte de energia anunciado deve ser neutra para as empresas do setor, mas pode prejudicar companhias que precisam renovar concessões em 2015: Eletropaulo (ELPL4), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Transmissão Paulista (TRPL4). Os impactos desse corte deve ser analisado caso a caso para as empresas industriais, já que muitas são autossuficientes em energia ou possuem contratos bilaterais.

Já o spread bancário já foi largamente precificado, acreditam os analistas – depois do discurso da presidente em maio. Assim, o impacto do último discurso é limitado.”Temos que observar a performance do Banco do Brasil (BBAS3) para perceber o quanto o mercado acredita que o governo pode ser agressivo em novas reduções”, dizem, lembrando que a preferência continua a ser pelo Itaú Unibanco (ITUB4). 

O País continua precisando de reduzir seus gargalos de infraestutura. “O governo só vai conseguir isso com a ajuda da iniciativa privada, que só aceitará se tiver bons retornos”, afirma a equipe de análise. Por tanto, Mills, CCR e OHL Brasil. Além disso, a percepção é que o governo Dilma está, aos poucos, reformando o código tributário do País – o que pode beneficiar algumas empresas ao deixa-las mais competitivas. 

Mesmo assim, esses estímulos continuam a preocupar os analistas. “Acreditamos que, indiretamente, o governo está regulando os retornos”, afirmam. O Estado tem intervido com frequência, aumentando a regulação em diversos setores, como petróleo, telecomunicações, energia, mineração e infraestrutura. 

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