BMO aponta coordenação fiscal como única saída para Zona do Euro

Serry Cooper coloca criação de títulos padronizados como uma das principais soluções para os problemas enfrentados pelo bloco

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SÃO PAULO – A vice-presidente e economista-chefe do BMO Financial Group, Dr. Sherry Cooper, afirmou em relatório divulgado nesta segunda-feira (6) que a única solução para a saída sustentável da crise fiscal da europa seria uma grande união fiscal, somada à criação dos Eurobonds (títulos públicos padronizados para a união europeia).

A executiva aponta ainda que a menos que os países-membros abram mão de uma parte de sua soberania, não haverá solução possível para os problemas fiscais enfrentados pelo bloco.

Cooper afirma não demonstrar surpresa com a atual situação fiscal enfrentada na Europa, e lembra que era previsível que crises como essa viessem a ocorrer uma vez que até mesmo as duas maiores economias da Zona do Euro, Alemanha e França, deixaram de cumprir acordos do bloco, estourando o teto do déficit em 2001 e 2003, sem terem sido penalizadas de forma considerável.

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Mais fortes resistem aos Eurobonds
A idéia de um título padronizado para a Zona do Euro enfrenta a resistência das principais economias do bloco, uma vez que estes papéis elevariam o custo de financiamento para países como Alemanha e França, mas ao mesmo tempo trariam benefícios aos países periféricos.

De encontro ao que já espera o mercado, a economista aponta que Portugal será o próximo da lista a necessitar ajuda, mas sem acarretar grandes turbulências devido à dimensão de sua economia.

Porém, segundo ela, se a tendência de expansão da crise se mantive, os próximos países a necessitar deverão causar ainda mais instabilidade, antevendo problemas com Espanha, Itália e Bélgica.

Risco crescente na Hungria
Vale lembrar que nesta segunda-feira a agência Moody’s rebaixou o rating dos títulos da Hungria de Baa1 para Baa3 , mantendo perspectiva negativa, gerando novas incertezas, mesmo que o país, membro da união europeia, não adote o euro como moeda.

O corte foi motivado pelas crescentes preocupações acerca da situação fiscal do país, no médio e longo prazo, e à sua alta vulnerabilidade externa.

“O rebaixamento de hoje é principalmente guiado pela perda gradual de força financeira do governo húngaro, enquanto o governo opta por medidas de caráter temporário em detrimento da consolidação de políticas fiscais”, afirmou Dietmar Hornung, vice-presidente da agência, completando ainda que “como consequência, o déficit orçamentário deverá se aprofundar”

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