Bem-estar após Olimpíada pode se dissipar quando realidade vier com tudo para o Brasil, diz FT

Além do jornal britânico, o Wall Street Journal também destacou que, após a euforia, "vai sobrar muito para os cariocas e brasileiros"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Olimpíada do Rio-2016 se encerrou no último domingo com uma grande festa, que foi destacada pela imprensa internacional. Depois de uma etapa pré-olímpica que mostrou ceticismo em como os Jogos poderiam ser conduzidos pelo Brasil, os elogios vieram em meio à organização e da boa recepção dos brasileiros. 

Porém, ressalta o Financial Times, após duas semanas de festa, os desafios para o Brasil continuam,  “Qualquer efeito de bem-estar pode se dissipar quando a realidade voltar com tudo nesta semana”, escreveu disse o jornal britânico Financial Times, ao falar sobre a crise política e econômica que o país vive. Vale destacar que, nesta semana, o Senado dará início à última etapa do processo de impeachment de Dilma Rousseff. 

Na mesma linha, o Wall Street Journal, dos EUA, destacou: “agora que o circo saiu da cidade, vai sobrar muito para cariocas e brasileiros enfrentarem nos meses e anos adiante. Embora o custo oficial dessas Olimpíadas terem sido estimados em US$ 12 bilhões, alguns especialistas afirmam que o valor real pode chegar a US$ 20 bilhões”.

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O jornal americano ainda traçou um paralelo entre a forte chuva que caiu no Rio de Janeiro durante a cerimônia de encerramento e a ambiguidade dos Jogos. 

 “A maioria das Olimpíadas modernas ocorreram sob a sombra da ambiguidade, então foi apropriado que esses Jogos terminassem em um final de semana nublado e chuvoso. Eles deixaram uma imagem final, não do local ensolarado dos românticos, o Rio do cinema, mas um Rio de Janeiro repleto de nuances, e um Brasil mais sutil, em tons de luz e sombra”, afirma o WSJ. 

Já em matéria assinada pelos correspondentes Silvio Romero e Andrew Jacobs, o jornal The New York Times destacou que, apesar dos receios generalizados de que a cidade estaria despreparada, ou que a criminalidade e a desorganização poderiam transformar os Jogos Olímpicos em um constrangimento nacional, muitos brasileiros passaram a ver os jogos como “um triunfo e uma distração necessários” para fugir dos problemas econômicas e da agitação política. O mesmo artigo assinala que, nos dias após a cerimônia de abertura, as críticas de que os jogos significaram o uso inadequado de dinheiro público, em um momento de crise financeira do país, ficaram relegadas a segundo plano em decorrência de um sentimento comum de que o Brasil conseguiu superar os desafios logísticos, proporcionando ao maior evento esportivo do mundo a presença de meio milhão de visitantes, que acorreram ao Rio para assistir aos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul.

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Em outra matéria, o jornal The New York Times menciona críticas aos Jogos Olímpicos Rio 2016, como os gastos excessivos para o tamanho do orçamento da cidade. No entanto, o jornal diz que os jogos alteraram profundamente a paisagem do Rio, dando oportunidade ao surgimento de um porto revitalizado, uma nova linha de metrô e de uma onda de projetos municipais que estavam há muito parados na mesa dos administradores.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.