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SÃO PAULO – Seria a Bélgica o “B” a entrar no acrônimo PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)? O acréscimo ainda está distante e há um certo exagero, mas, entre crise política e a alarmante necessidade de medidas de austeridades fiscais, o sinal amarelo volta a acender – se é que chegou a apagar – no Velho Continente e desta vez o estopim pode ser Bruxelas.
Crise política
Encarregado pelo rei Alberto II para tentar encontrar uma saída ao bloqueio à composição de um governo federal, dissociado desde as eleições legislativas de 13 de junho, o líder dos independentistas flamengos, Bart De Wever, entregou no domingo (17) seu projeto.
No entanto, sua proposta foi rejeitada de imediato pelos partidos francófonos, mergulhando o país, que ocupa até final do ano a presidência semestral da União Europeia, em uma nova crise. Para os francófonos, a proposta se aproxima muito mais das reivindicações flamengas.
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A Bélgica atravessa uma crise política quase sem interrupções desde junho de 2007, devido às divergências entre flamengos e francófonos sobre o futuro do reino.
Yields e CDSs avançam
Com a fragilidade de seu quadro político e a real necessidade de cortes fiscais, o país encontram-se em uma situação bastante delicada, levando ao avanço do custo de sua dívida.
Tomado o mesmo período de 2009, os títulos belgas de 10 anos registravam yields 0,4 ponto percentual acima dos alemães, enquanto neste ano o valor salta a 0,8 p.p. Já os CDSs (Credit Default Swaps) atingiram 119 pontos-base na última semana, patamar bem acima dos 60 pbs observados antes das eleições de abril.