Barclays eleva projeção de crescimento do PIB do Brasil para 7,3% em 2010

Estimativa para inflação também subiu; analista diz que candidatos ainda precisam dar detalhes sobre propostas para economia

Beatriz Nantes

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SÃO PAULO – Com demanda em alta e boas expectativas para o Brasil, agora é a vez do Barclays aumentar as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do País, de alta de 6,5% para 7,3%. O banco se junta ao Deutsche Bank, Morgan Stanley e UBS, que também elevaram suas estimativas nas últimas semanas.

E assim como seus pares, o Barclays também fala em superaquecimento da economia do País. “Sinais de crescimento moderado estão se materializando, mas o risco de superaquecimento ainda está presente”, observa Guilherme Loureiro, que assina o relatório entitulado “O fator Lula”, que faz parte do relatório trimestral do banco sobre os mercados emergentes – além das projeções econômicas, o analista traça comentários sobre as eleições.

Novas projeções
As projeções para o PIB para 2011 também foram revisadas, mas para baixo – de alta de 4,5% para 4,4%. O analista destaca que a demanda doméstica liderou a expansão do primeiro timestre, quando a atividade econômica registrou aumento de 2,7% na base anual, acima do esperado pelo mercdo.

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Com o forte crescimento brasileiro, o IPCA, medida oficial da inflação doméstica, foi revisado para cima: o analista espera que o índice termine o ano em 6,1%, ante projeção inicial de 5,4%. Para 2011, a estimativa foi elevada de 4,8% para 5,0%. O analista mostrou preocupação com o fato do superaquecimento da economia se transferir em inflação de salários e de bens de consumo, embora as tendências ainda sejam incipientes.

Mesmo assim, as projeções para a taxa Selic foram mantidas. Loureiro sustenta que isso se deve sobretudo ao cenário do leste europeu, que age na direção contrária às pressões inflacionárias. Avaliando tudo isso, o BC deve, na visão do analista, manter o ritmo de aperto monetário de 0,75 ponto percentual – levando a taxa Selic para 11,75% ao ano em setembro. Se o cenário melhorar, o ciclo de aperto pode ser estendido até o final do ano.

Eleições
Atualmente com os dois candidatos empatados nas pesquisas, a eleição passará a ter uma tendência mais definida a partir de 17 de agosto, quando começa a campanha nos meios de comunicação. A partir daí, será possível perceber o peso do “fator Lula” – a capacidade do atual presidente de transferir votos para sua candidata, Dilma Rousseff.

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“O próximo passo será entender as ideias de cada um para a macroeconomia”, acredita Loureiro. No plano fiscal, o analista elogia o ajuste implementado por Lula no primeiro ano de seu governo, que ajudou a dar as condições necessárias para o investimento privado e também permitiu a introdução de ferramentas anti-cíclicas durante a crise de 2008.

Sobre o investimento privado, Loureiro reitera seu papel fundamental no financiamento dos projetos de infraestrutura para os próximos anos, em função dos eventos esportivos que serão sediados no País, e levanta a questão do tamanho do governo e da necessidade futura de aumentar os impostos.

No plano monetário, “detalhes são realmente necessários”. Enquanto Dilma Rousseff se comprometeu a manter a política monetária atual, mantendo a independência do Banco Central, as idéias de José Serra ainda não estão claras.

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