Banco reduz chances de Marina ganhar eleição e questiona: ela é o Ciro Gomes de 2002?

Brasil Plural ressalta cenário para candidata do PSB e também para Aécio Neves perguntando se ele bater em Marina, pode beneficiar Dilma

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A candidata do PSB à presidência, Marina Silva, já foi comparada a muitos outros presidenciáveis e presidentes das últimas eleições: “Lula de saias”, “FHC de saias”, Fernando Collor de Melo, Jânio Quadros e até mesmo Ernesto Geisel e Emilio Garrastazu Medici (estes últimos comparações feitas por Paulo Maluf).

Porém, Marina está sendo comparada com outro político de destaque em 2002, o cearense Ciro Gomes, em meio à perda de impulso da candidatura. 

A equipe de análise do Brasil Plural destacou, em nota anterior, uma chance de 65% de Marina ser eleita, enquanto Dilma teria uma probabilidade de 35% de ser reeleita. A ex-senadora também poderia ganhar no primeiro turno se ela conseguisse resistir aos ataques desencadeados tanto por Dilma quanto por Aécio Neves (PSDB), que está em terceiro lugar na disputa. 

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Porém, dado que ela parece estar falhando neste teste, os analistas Mario Mesquita, Priscilla Burity e Rafael Ihara revisaram as suas estimativas para as eleições, com 55% de chances de Marina e 45% de Dilma ser reeleita, uma vez que as duas pesquisas que saíram ontem, Datafolha e Ibope, mostraram uma perda de impulso da pessebista, com alguma recuperação da petista. 

O cenário que se desenha é bastante volátil, apontam os analistas, o que pode sinalizar que a eleição deve ser decidida mesmo em 2º turno. Além disso, outro ponto a salientar é que a boa notícia para Dilma já veio no Datafolha da semana passada, com melhor índice de aprovação do governo mesmo com todas as notícias ruins na área econômica. Se a sua aprovação de governo voltar para a casa dos 40%, ela voltará a ser a candidata a ser batida: ela subiu 2 pontos no último Ibope, para 36%.

“Os recentes acontecimentos, inevitavelmente, trazem à mente a mais famosa onda de ‘falha’ em política nas eleições brasileiras, a do ex-ministro Ciro Gomes em 2002. Naquela época, como agora, o clima no País era de mudança, mas os índices de aprovação do governo estavam em 26%, dez pontos a menos do que hoje”, ressaltam os analistas. Neste momento da campanha – de acordo com o Datafolha -, a aprovação da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso em seu segundo mandato foi de 31%, chegando a cair para apenas 23% no momento da votação.

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O ano de 2002 mostrou uma certa reticência dos eleitores que queriam mudanças em resolver votar no candidato do PT de então, Luís Inácio Lula da Silva, que se tornaria o candidato a incorporar este desejo. O momento em que Ciro Gomes entrou foi anterior, mas não muito mais cedo do que Marina. Segundo Ibope, Datafolha e Sensus, ele conseguiu aparecer na frente de Lula entre 2 e 5 pontos até meados de agosto no segundo turno, embora atrás no primeiro.

“Em seguida, com o peso de ataques de candidatos com mais peso na TV, José Serra (PSDB) e o próprio Lula, além de seus problemas e gafes na campanha, ‘Gomes derreteu’, e nem chegou perto do segundo turno. E chegou a ser ressaltado muitas vezes que Serra, ao desconstruir a candidatura de Ciro, acabou ajudando Lula”, afirmam. 

A analogia não é perfeita, dizem os analistas, Dilma é atual presidente, Serra não era, enquanto Aécio aparece como um candidato mais fraco que Serra em 2002 nesta etapa da campanha. “Além disso, Marina tem sido menos propensa a gafes do que Ciro. Mas o fato é que os ataques de Aécio parecem estar fazendo mais mal às chances de Marina do que bem para as suas próprias perspectivas imediatas de se tornar presidente”.

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Com isso, há quatro questões a serem monitoradas. A primeira é: Aécio vai manter o ataque contra Marina ou se concentrar em defender Minas Gerais, cujo governo do PSDB está ameaçado no estado justamente para o PT?

A segunda é: o tempo de televisão de Dilma vai realmente ajudá-la? Já m terceiro lugar: será que o índice de aprovação da presidente vai continuar melhorando? Por fim, há a questão: será que a “mudança” será o maior motor para a campanha?

Ainda há um mês para eleições mas, até lá, muita coisa pode acontecer. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.