Banco avalia cenário para o petróleo e indica venda de ações de emergentes

Analistas do Société Générale afirmam que as ações desses mercados perderam parte da correlação com as commodities

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SÃO PAULO – Os analistas do Société Générale avaliaram quais serão as conseqüências para os mercados globais de três possíveis cenários para o preço do petróleo por conta das tensões no norte da África e Oriente Médio, além das implicações destes cenários para a macroeconomia.

Segundo os analistas Alain Bokobza, Roland Kaloyan, Arthur van Sloote e Philippe Ferreira, que assinam o relatório, “o temor geopolítico ganha força”. Dentro desse contexto, eles citam o crescente receio de um choque de oferta de petróleo, mesmo em meio ao aumento de produção na Arábia Saudita e com a capacidade de reserva da OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sendo o dobro do que era em 2008.

Cenários
Os analistas do Société Générale traçaram três cenários para o preço do petróleo. No primeiro, considerando uma quebra sustentada da produção na Líbia, foi adicionado US$ 20,00 para a projeção de preço do barril (entre US$ 90,00 e US$ 105,00), que ficaria entre US$ 110,00 e US$ 125,00.

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Indo para um cenário menos favorável, os analistas afirmam que no caso de outro produtor de petróleo de porte médio, como por exemplo a Argélia, também enfrentar problemas que levem a paralisação da produção, o preço do petróleo seria impulsionado para um patamar de US$ 150,00.

Por fim, o pior cenário traçado e altamente improvável traz um choque de oferta da Arábia Saudita, maior produtor mundial da commodity. Nesse caso, a expectativa é de que reservas estratégicas sejam descarregadas, “prevenindo que o preço do petróleo vá muito além de US$ 200,00”.

Entretanto, como fator positivo para esses cenários, os analistas lembram que os países do Oriente Médio e norte da África são fortemente dependentes das receitas advindas do petróleo. Desta forma, a expectativa é de que um eventual problema com produção da commodity não dure muito tempo.

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Ações de mercados emergentes
Os analistas do Société Générale avaliam que as ações de mercados emergentes perderam parte da correlação que possuíam com os preços das commodities. Ao contrário, “a rápida elevação dos preços das commodities (alimentos e energia) agora tornou-se um fardo para os ativos de mercados emergentes”. Desta forma, a recomendação para os investidores é para vender esses ativos.

Por outro lado, as grandes companhias petrolíferas, na avaliação dos analistas, “oferecem não somente uma racional, mas também uma correlação mais estável com o preço do petróleo”. Assim, a recomendação para os investidores é de que mantenham com um peso maior esse tipo de ativo nas suas carteiras.

Efeitos na macroeconomia
Para a macroeconomia, um dos efeitos da variação na cotação do petróleo recai sobre a inflação. “Se, ultimamente, o preço do petróleo teve pouca influência no dólar, isso [preço do petróleo] por outro lado tem tido uma grande influência nas expectativas de inflação”, afirmam os analistas. A partir disto, eles avaliam como uma boa opção de hedge a compra de títulos norte-americanos relacionados com a inflação.

Por fim, com a crise geopolítica se alongando por vários meses e de fato incrementando o preço do petróleo, a expectativa é de que cresça o temor com as expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos EUA. “Treasuries norte-americanas seriam altamente sensíveis a esse evento”, concluem os analistas.

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