Baleia Rossi ou Aguinaldo Ribeiro: nome de candidato do bloco de Maia à Câmara pode sair hoje; entenda a disputa

Pleito está marcado para 1º de fevereiro, mas anúncio é fundamental para que o escolhido possa fazer campanha, buscar votos e construir acordos

Marcos Mortari

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e membros do bloco construído para a disputa por sua sucessão

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SÃO PAULO – Duas semanas após o lançamento da candidatura do líder do “centrão”, Arthur Lira (PP-AL), o grupo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve, nesta quarta-feira (23), bater o martelo sobre seu representante nas eleições para o comando da casa legislativa pelos próximos dois anos.

O pleito está marcado para 1º de fevereiro, mas o anúncio é fundamental para que o escolhido possa começar a fazer campanha, buscar votos e construir acordos. A disputa também é acompanhada com atenção pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), que já deu demonstrações de preferência por Lira. O resultado do processo pode definir o ambiente para pautas de interesse da atual administração.

Na semana passada, o autointitulado bloco independente, comandado por Rodrigo Maia, atraiu siglas da oposição, integrando PT (53), PSL (41), MDB (34), PSDB (31), PSB (31), PDT (28), DEM (28), Cidadania (8), PV (4), PCdoB (9) e Rede (1). O grupo supera os 257 votos necessários para a vitória em primeiro turno. Mas são esperadas defecções nas bancadas.

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É o caso do PSL, sigla que ainda abriga parlamentares bolsonaristas que deverão votar em Lira. Mas, como o voto é secreto, a tendência é que haja menor controle efetivo sobre acordos de cúpula firmados. Entre membros do “centrão”, há a avaliação de que o envolvimento do Palácio do Planalto na disputa com liberação de emendas e posições no governo pode estimular traições no bloco adversário.

O bloco independente tem tido dificuldades de chegar a um nome de consenso, mas a disputa, que semanas atrás chegou a ter seis pretendentes, hoje se concentra em Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Ambos têm resistências a superar.

Líder da maioria na Câmara, Ribeiro é do mesmo partido de Lira, o PP, cuja bancada já embarcou na candidatura do deputado alagoano. Além disso, nos bastidores circula a informação de que, se não for escolhido um nome do MDB, é alto o risco de traições no partido, que não teria um representante próprio.

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Já Baleia Rossi, que é líder do MDB na Casa e presidente nacional da sigla, tem como obstáculo principal a resistência de uma ala do PT, que não gostaria de se aliar ao partido que protagonizou o processo de impeachment de Dilma Rousseff em 2016. A bancada do partido tomará uma posição em reunião marcada para hoje.

Uma declaração de Dilma na noite de segunda-feira (21) embolou as perspectivas de escolha do candidato do bloco. A petista disse que “não há diferença substantiva entre Arthur Lira, Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi”, mas foi mais incisiva em relação ao MDB. “Tem alguém mais contra a democracia do que foi o MDB? Golpe por golpe, eles deram um”, disse.

Os dois candidatos votaram a favor do impeachment da ex-presidente, mas a posição emedebista incomoda mais deputados petistas. O partido tem a maior bancada da Câmara, com 53 representantes.

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Por outro lado, deputados do DEM, PSDB e Cidadania preferem o nome de Baleia Rossi, por entenderem que o emedebista representa melhor a imagem de independente. Alguns parlamentares lembram que o PP já convidou Bolsonaro a disputar a reeleição pela sigla.

Outro fator que pesa contra o deputado paulista tem a ver com a eleição para a presidência do Senado Federal. Desde que Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi impedido de disputar a recondução no comando da casa legislativa, a bancada do MDB, que conta com mais senadores, tem reivindicado o posto.

Parlamentares de outras siglas defendem que o controle das duas casas não fique nas mãos de um único partido, como ocorreu nos últimos dois anos – o que pode atrapalhar os planos de Baleia Rossi.

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Segundo Maia, o nome será definido nesta quarta-feira. “Está acontecendo, mais algumas horas e vamos ter o nome [para anunciar]. No máximo até amanhã (quarta-feira), já tem um nome”, disse ontem em coletiva de imprensa.

“Tem que lançar o nome, para o nome pedir voto. Lançar a gente já lançou o bloco, que é o mais importante”, complementou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.