Avaliação manifesta tom crítico frente à gestão da Petrobras

Média ponderada de 4,9 reflete ressalvas contra possível ingerência política e excessos na consolidação setorial

Rodolfo Cirne Amstalden

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SÃO PAULO – Uma das maiores petrolíferas do mundo, a Petrobras é também referência dentro da renda variável. Suas ações e seus ADRs (American Depositary Receipts) são considerados atrativos por investidores domésticos e estrangeiros.

Tal status deixa a estatal como um exemplo contra as críticas direcionadas à administração ineficiente do setor público. Mesmo assim, existem argumentos para questionar o discurso de “compromisso com o mercado”, sempre ressaltado pelos gestores da Petrobras.

É o que mostra avaliação feita pela InfoMoney, em que os usuários do site atribuíram notas à administração da petrolífera. A média ponderada das apurações resulta em um conceito de 4,94.

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Entre elogios e ressalvas

A maior fração dos votos (17,90%) corresponde à nota mínima para a gestão da Petrobras. Mas outros grupos significativos foram menos críticos, avaliando-a entre 5 e 8.

A discrepância das opiniões reflete um balanço entre estratégias de expansão orgânica importantes, como a conquista da auto-suficiência, e práticas que por vezes contrariam o princípio de maximizar valor para o acionista.

Gestão política

Um risco já tradicionalmente associado à administração da Petrobras é o de ingerência política, dada a capacidade da estatal de promover medidas que garantam votos.

José Sérgio Gabrielli, presidente da empresa, ocasionalmente defende sua gestão contra acusações de controle dos preços do petróleo para segurar a inflação ou de licitações com critérios pouco transparentes.

Consumo compulsivo

Outra ressalva está nas manobras de fusões e aquisições. Com uma proposta agressiva de consolidação, vista por alguns economistas como monopolística, a Petrobras compra participações em diversas empresas, por preços às vezes considerados acima dos padrões.

Como exemplo, os analistas do Credit Suisse avaliaram a aquisição da Suzano Petroquímica como fora do foco da petrolífera e carente de uma relação custo-benefício vantajosa.

Operações do tipo não costumam influenciar no preço das ações de maneira isolada, já que a participação do investimento dentro do valor de mercado da petrolífera é frqüentemente irrisória. Contudo, somados os casos, há quem alerte para um custo mais significativo derivado da postura de consolidação setorial.

Confira a avaliação

Que nota você daria para a gestão e administração da Petrobras? Votos Percentual
0 432 17,90%
1 60 2,49%
2 117 4,85%
3 121 5,01%
4 204 8,45%
5 338 14,00%
6 276 11,43%
7 300 12,43%
8 263 10,89%
9 112 4,64%
10 191 7,91%
Total 2.414 100%