Autor de habeas corpus de Lula já pediu outros 110 habeas corpus – a favor dele mesmo

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Thomaz foi preso duas vezes por difamação veiculada em um jornal do interior de Minas Gerais; em 2001, ele impetrou 110 habeas corpus a favor de si mesmo para se insurgir contra as condenações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Desde ontem, Maurício Ramos Thomaz foi catapultado ao patamar de um “ilustre desconhecido”, depois do pedido de habeas corpus preventivo – e à revelia – tendo como beneficiário o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de ter pedido o habeas corpus para Lula, ele também fez o mesmo pedido para 145 pessoas, desde Marcos Valério até Diogo Mainardi. Contudo, há ainda mais curiosidades sobre esse consultor de 50 anos.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Thomaz foi preso duas vezes por difamação veiculada em um jornal do interior de Minas Gerais. A primeira vez foi em junho de 1998, com ele sendo condenado a seis meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto, voltando a ser condenado em 2001 a 1 ano e 11 meses em regime aberto pelo mesmo crime. 

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E, na ocasião, algo ainda mais curioso aconteceu: Thomaz impetrou 110 habeas corpus a favor de si mesmo para se insurgir contra as condenações. Na época, o então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), em uma decisão sobre o caso, criticou o abuso da postura do consultor. “O impetrante, com sua postura abusiva, não tem demonstrado interesse real na modificação dos julgamentos mencionados”, afirmou em despacho. 

Ontem, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região e responsável por julgar processos da Operação Lava Jato, negou o pedido de habeas corpus preventivo por falta de fundamentos a Lula e ainda disse que a notícia expôs o político publicamente o que, ao invés de ajudar, poderia atrapalhar o ex-presidente. 

Para Gebran, “cuida-se apenas de aventura jurídica que em nada contribui para o presente momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, vez que o remédio constitucional (habeas corpus preventivo) foi proposto à sua revelia”.

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O magistrado ainda finalizou a decisão declarando que a petição será enviada ao Ministério Público Federal “para adoção de providências cabíveis”, tendo em vista que o autor usou linguagem “imprópria, vulgar e chula, inclusive ofendendo a honra de várias pessoas nominadas na inicial”. Isso porque o consultor refere-se ao juiz Sérgio Moro com expressões como “hitleriano”, definindo o magistrado como “moralmente deficiente”. Refere ainda que Moro teria “fraudado a sentença de Nestor Cerveró”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.