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Movimentos sociais ligados às frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, o PT e parlamentares como o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) reuniram cerca de 15 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (10), segundo estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP.
O ato buscou pressionar o Congresso a aprovar a reforma do Imposto de Renda e a redução da jornada de trabalho.
Com o slogan “Congresso Inimigo do Povo”, a manifestação combinou críticas à pauta econômica travada no Legislativo com a defesa da soberania nacional, reforçada após o anúncio da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
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Cartazes com frases como “Trump inimigo do povo” e “Respeita o Brasil” dominaram o protesto, em resposta direta ao posicionamento do presidente americano e à reação firme de Lula nas redes sociais.
A convocação foi turbinada por campanhas digitais de perfis de esquerda, com peças produzidas com uso de inteligência artificial e ampla repercussão no X (antigo Twitter). O tema “respeita o Brasil” foi um dos mais mencionados na plataforma na quarta-feira, após Lula afirmar que o país “não aceitará ser tutelado por ninguém”.
Segundo os organizadores, o foco agora é fortalecer a pressão sobre a Câmara dos Deputados e o Senado, diante da resistência de líderes do centrão em pautar temas como a taxação dos super-ricos, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a revisão da jornada 6×1.
Atos anteriores
A manifestação representou um salto na mobilização da esquerda em 2025. Em 30 de março, protesto contra a anistia aos golpistas de 8 de Janeiro reuniu 6.600 pessoas; em 15 de novembro de 2024, um ato pelo fim da escala 6×1 levou 4.700 pessoas à rua, segundo o mesmo sistema de contagem.
No campo oposto, manifestações da direita vêm alternando maior volume de público. Em 6 de abril, protesto a favor da anistia reuniu 44.900 pessoas em São Paulo. Já o ato de 29 de junho, com participação de Silas Malafaia e Jair Bolsonaro, teve público estimado em 12.400 pessoas.
Como é feita a contagem da USP
O número de 15.100 manifestantes foi estimado com o uso do software Point to Point Network, desenvolvido na China e apresentado na International Conference on Computer Vision de 2021. O sistema analisa imagens aéreas em alta resolução feitas por drones e identifica a presença de pessoas com base na marcação de “pontos”.
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A precisão é de 72,9%, com margem de erro de 12% para mais ou para menos. No ato desta quinta, os pesquisadores da EACH/USP analisaram 30 imagens tiradas entre 17h40 e 20h10. O pico foi registrado às 19h30, com base em cinco fotos.
Com a margem de erro aplicada, o número real de participantes pode ter variado entre 13.300 e 16.900.
