Ato em defesa de Dilma reúne funkeiros e militantes na orla de Copacabana

“É o funk contra o golpe”, disse Rômulo Costa, fundador da produtora de funk Furacão 2000 e idealizador do ato, acatado pela Frente Brasil Popular e pela Central Única dos Trabalhadores

Equipe InfoMoney

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Mais de 20 funkeiros se revezaram hoje (17) com representantes de movimentos sociais, artistas e magistrados no palco montado na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, em manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“É o funk contra o golpe”, disse Rômulo Costa, fundador da produtora de funk Furacão 2000 e idealizador do ato, acatado pela Frente Brasil Popular e pela Central Única dos Trabalhadores, regional Rio de Janeiro (CUT-RJ). O presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, começou a convocar a militância no último dia 14.

Jovens de comunidades localizadas no entorno de Copacabana, entre as quais as comunidades do Pavão-Pavãozinho, Cantagalo, Morro dos Cabritos, Ladeira dos Tabajaras, Chapéu Mangueira e Rocinha, Vidigal e moradores da Baixada Fluminense e da zona norte da capital também participaram do evento.

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“A ideia é defender a democracia. Eleição, só em 2018. Nós temos que lutar para preservar o mandato da presidente Dilma. O Temer [vice-presidente Michel Temer] não nos representa, nem o Eduardo Cunha [presidente da Câmara Federal]”, disse Rômulo.

A concentração começou às 9h, na altura do Posto 3, na Rua Hilário de Gouvea, e seguiu até o Leme, onde ocorreu a dispersão. Essa foi a primeira vez que a Furacão 2000 se apresentou na Praia de Copacabana para mobilizar a população contra o impedimento da presidente da República.

Policiamento

Cerca de 800 policiais militares de vários batalhões vão garantir, durante todo o dia, na orla de Copacabana, a segurança de frequentadores da praia e manifestantes pró e contra oimpeachment. À tarde, com concentração no Posto 6, haverá manifestação a favor do impedimento, convocada pelo Movimento Brasil Livre Vem Pra Rua. A dispersão está prevista para as 19h, no Posto 3.

A “defesa da democracia”, segundo o professor do ensino técnico José Antonio Ribas, foi a tônica do ato em defesa de Dilma. O desempregado do setor naval Paulo Cardoso, que vive atualmente como ambulante, manifestou apoio à presidente e ao PT. “Sou eleitor de Lula desde 1989, porque ele é a favor das minorias”.

De acordo com o coronel Cândido Silva, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área, não foi necessário montar nenhuma barreira policial desde a areia até a calçada. “O isolamento será feito pelos próprios policiais mobilizados”, disse.

O chefe do Estado-Maior da PM, coronel Lima Freire, informou que, depois das 19h, a grande massa de policiamento será desfeita, permanecendo na Praia de Copacabana somente os militares que fazem a segurança normal das ruas. Lima disse que será garantido o ir e vir das pessoas que participam dos atos, inclusive para assistir à votação, na Câmara dos Deputados, nos telões montados pelo Movimento Vem Pra Rua, da oposição, desde que permaneçam na areia. “O que não pode haver é a interdição da via”, afirmou o chefe da PM.

Democracia

A professora universitária Andréia Ayres fez questão de demonstrar seu apoio ao estado democrático de direito. O analista de sistemas Luiz Felipe Lacerda reforçou o coro contra o golpe, afirmando que o importante é garantir a vontade popular. “Não podem passar por cima da vontade do povo. Este é o governo que o povo escolheu”.

O jornalista Bernardo Lessa disse que o processo contra Dilma Rousseff é ilegal. Segundo ele, os argumentos usados pela oposição são “frágeis e inconsistentes”. O turismólogo Elzário Júnior, cuja profissão foi reconhecida recentemente, destacou que o governo Dilma é “corajoso” e que defende os interesses populares, o petróleo e o pré-sal, o que o capital internacional não admite”.

Para o estudante Nikolas Zanette, mestrando em geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o ambiente em Copacabana foi ideal para fazer pesquisas para sua tese sobre a Praia de Copacabana, cujas variadas ocupações ele considera emblemáticas no Rio de Janeiro. “A gente precisa fazer leituras mais refinadas sobre quem são esses públicos que fazem o exercício da democracia”. Isso é importante para se efetuar uma leitura fiel do atual momento político brasileiro, completou.

O relações internacionais Erick Memória também mostrou seu apoio ao governo “que foi democraticamente eleito”. Memória afiançou que a presidente Dilma “não cometeu nenhum crime, enquanto o Cunha (Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal) é réu até na Suíça”.

Ato pacífico

A manifestação contra o impeachment terminou sem incidentes. Os restaurantes, quiosques e bares na praia e em ruas adjacentes ficaram repletos, assim como a praia, sob forte calor e céu azul. Grupos de policiais militares ficaram a postos em cada esquina das ruas que cortam a Avenida Atlântica, durante o ato.

De acordo com operadores da CET-Rio, o ato transcorreu sem conflitos, em um clima pacífico e familiar. Os organizadores da manifestação estimaram em 50 mil os participantes contra oimpeachment. Por norma adotada desde janeiro deste ano, a Polícia Militar não divulga estimativas sobre número de pessoas em manifestações populares, informou o chefe do Estado-Maior da PM, coronel Lima Freire.

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