Assessoria de Lula critica Lava Jato e compara operação com vídeo do Porta dos Fundos

"Essa não é, inclusive a primeira vez em que procuradores são acusados de pressionar pessoas a trocarem benefícios penais por depoimentos que incriminem o ex-presidente", diz a nota

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta terça-feira (11) o andamento das investigações da Operação Lava Jato, afirmando que os procuradores estão tentando “forçar delações para incriminar Lula a qualquer custo”. E nota, a assessoria do petista aproveitou para compara a situação com uma esquete do Porta dos Fundos divulgada no dia 2 de abril deste ano.

O motivo do comunicado é por conta de uma matéria da Folha de S. Paulo, que hoje destacou que a proposta de delação do ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar, teria sido recusada por não incriminar Lula. “Os procuradores estariam pressionando Alencar a dizer que as palestras do ex-presidente teriam sido fictícias, quando todas as palestras aconteceram e estão devidamente registradas “, diz a nota.

A acusação feita aos procuradores é grave, séria e precisa ser apurada. Essa não é, inclusive a primeira vez em que procuradores são acusados de pressionar pessoas a trocarem benefícios penais por depoimentos que incriminem o ex-presidente”, continua a defesa de Lula.

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Por fim, o comunicado lembra de um vídeo feito pelo Porta dos Fundos em que o personagem de Gregório Duvivier, um policial federal, ignora qualquer comentário do político interpretado por Fábio Porchat quando ele delata um membro do PSDB. Porém, quando este delator fictício fala em “arroz de Lula”, o policial já manda prender o ex-presidente, confira o vídeo:

Confira a nota na íntegra:

O jornal Folha de S.Paulo publicou hoje que teria sido recusada proposta de delação do ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar, por ela não imputar crimes ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (“Lava-Jato recusa delação de ex-diretor próximo a Lula”, 11/10/2016). Os procuradores estariam pressionando Alencar a dizer que as palestras do ex-presidente teriam sido fictícias, quando todas as palestras aconteceram e estão devidamente registradas. O fato de Alexandrino não ter imputado nenhuma ilegalidade a Lula fez com que os procuradores não aceitassem a sua delação.

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A acusação feita aos procuradores é grave, séria e precisa ser apurada. Essa não é, inclusive a primeira vez em que procuradores são acusados de pressionar pessoas a trocarem benefícios penais por depoimentos que incriminem o ex-presidente. Essa prática é apenas mais uma dentro da verdadeira guerra jurídica (lawfare) promovida por integrantes do Ministério Público contra o ex-presidente.

A defesa do ex-presidente já havia pedido em junho que a Procuradoria-Geral da República investigasse acusações de que Léo Pinheiro estaria sendo obrigado a incriminar o ex-presidente Lula em troca de redução penal. As indicações de que as delações não obedecem o critério da voluntariedade exigida por lei deveria levar à anulação delas.

A pressão de investigadores para tentar incriminar o ex-presidente Lula e a parcialidade da Operação Lava Jato são tamanhas que até inspiraram um vídeo de humor do grupo Porta dos Fundos, intitulado, justamente, “Delação”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.