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SÃO PAULO – Apontado como possível “plano B” do PT para as eleições de outubro na ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do páreo, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad tem desempenho tímido nas pesquisas de intenção de voto e enfrenta um elevado nível de desconhecimento por parte dos eleitores, apesar da experiência à frente do Ministério da Educação e da prefeitura da maior cidade do país.
Nos mais recentes levantamentos divulgados, o petista tem pontuação que varia de 2% (Datafolha) a 8% (DataPoder360), dependendo do cenário considerado e da metodologia aplicada. Os detalhes estão na tabela abaixo:
INSTITUTO | DATA | INTENÇÕES DE VOTO | MARGEM DE ERRO |
Datafolha | de 11 a 13 de abril | 2% | 2 p.p. |
MDA | de 9 a 12 de maio | de 2,3% a 4,4% | 2,2 p.p. |
DataPoder360 | de 25 a 31 de maio | de 6% a 8% | 1,8 p.p. |
Ipespe | de 4 a 6 de junho | 3% | 3,2 p.p. |
O desempenho de Haddad apresenta significativa melhora à medida que seu nome é mais claramente associado à imagem de Lula, ainda candidato oficial do PT, embora com chances remotas de participar da disputa, em função de um possível enquadramento na Lei da Ficha Limpa.
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Foi o que mostrou a última pesquisa feita pelo Ipespe em parceria com a XP Investimentos. Segundo o levantamento, Haddad pode crescer de 3% para 11%, empatando com a ex-senadora Marina Silva (Rede) e a 10 pontos percentuais do deputado Jair Bolsonaro (PSL), líder nos cenários sem Lula. Levando-se em consideração um número arredondado de 140 milhões de votantes totais, o salto representaria cerca de 11,2 milhões de votos a mais para o ex-ministro.
Para isso acontecer, basta que a apresentação de seu nome seja acompanhada por um indicativo mais claro de endosso de Lula à candidatura. Quando os entrevistadores apresentam Haddad como nome “apoiado por Lula”, o quadro eleitoral sofre significativa alteração. É o que mostram os dois gráficos a seguir. No primeiro, o ex-prefeito é apresentado regularmente como candidato em uma das simulações para primeiro turno pelos entrevistadores por telefone. Já no segundo, o nome de Haddad é acompanhado por um valioso predicado de três palavras: “apoiado por Lula”.
CENÁRIO 1: sem apoio explícito de Lula a Haddad
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CENÁRIO 2: com apoio explícito de Lula a Haddad
Para alguns entusiastas de um possível “plano Haddad”, o potencial de transferência de votos de Lula teria grande importância no resultado da disputa. Mesmo preso há dois meses no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente mantém capital político significativo. Em todas as pesquisas para a corrida pelo Palácio do Planalto em que seu nome é considerado, Lula lidera com folga.
Segundo levantamento feito pelo Datafolha em novembro do ano passado, 29% dos entrevistados votariam em um candidato indicado por Lula, outros 21% disseram talvez seguir o mesmo caminho. Em uma eleição com elevado nível de fragmentação de candidaturas, pode ser o suficiente para conquistar uma das vagas para o segundo turno. É o típico capital político que não se despreza.
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Sem ‘plano B’?
Quem observa as movimentações e discursos de dirigentes e lideranças do PT pode ter a impressão de que Lula terá sua foto nas urnas em outubro. Como muitos têm sustentado, se depender do partido, não haverá alternativa: a sigla irá às últimas consequências com o nome escolhido para representá-lo na corrida presidencial. Por trás da retórica, há uma estratégia política. Já que nenhum nome do partido hoje se aproxima do desempenho de Lula nas pesquisas, pode fazer sentido assumir o risco e manter a candidatura do ex-presidente até as últimas consequências.
Antecipar o movimento em direção a um projeto presidencial alternativo seria ação precoce e poderia prejudicar os próprios planos eleitorais petistas. Quanto mais conseguir procrastinar eventual substituição de candidatura, maior pode ser a eficácia na transferência de votos de Lula ao herdeiro do partido na disputa. O timing, associado ao discurso da vitimização e a deterioração da situação do governo de Michel Temer, pode ser elemento central da estratégia do PT para outubro. Por outro lado, governadores do partido que tentarão a reeleição, sobretudo no Nordeste, têm ampliado pressão para uma definição mais célere, tendo em vista a necessidade de construir alianças para a eleição.
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