As más notícias que o Datafolha deu para Dilma e para o PT (e uma esperança para eles)

A presidente e o PT não devem ter ficado nada animados com a pesquisa: o PSDB praticamente empatou com o número de simpatizantes do PT, Aécio ganharia se eleição fosse hoje, reprovação de Dilma subiu e aprovação caiu - mas governo faz sua aposta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A pesquisa Datafolha realizada entre os dias 17 e 18 de junho não trouxe boas notícias para a presidente Dilma Rousseff e, principalmente, para quem irá disputar as eleições presidenciais de 2018 pelo PT. Muito se especula que o mais provável é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas há indicações de que o ex-presidente talvez não concorra às próximas eleições dependendo do cenário eleitoral. 

E, de acordo com a pesquisa, muitas notícias são negativas para a presidente e para o PT: a reprovação do governo Dilma subiu para 65%, com alta de cinco pontos, tecnicamente empatada com os números negativos do governo Fernando Collor, às vésperas de seu impeachment. Outra notícia negativa é de que a aprovação de Dilma oscilou três pontos, para apenas 10%.

E as perspectivas de melhora não são nada boas, conforme destaca a LCA Consultores, uma vez que as causas dessa elevada desaprovação são econômicas, “como o aumento da taxa de desemprego, a queda do crescimento da renda e inflação elevada, e políticas por conta dos escândalos de corrupção que assolam a sua principal empresa, a Petrobras”. “Assim, não esperamos uma reversão rápida da desaprovação do governo dado o cenário econômico negativo”, afirma a LCA.

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E esta também é a avaliação de interlocutores do governo. Com a piora da economia e temas ainda sensíveis a serem enfrentados, o governo já tem na conta que os próximos levantamentos sobre a popularidade da presidente Dilma Rousseff ainda podem piorar antes de começarem a mostrar alguma recuperação. Por isso, é tão importante, segundo interlocutores do governo, acelerar a agenda positiva. 

“A própria presidente tem conhecimento disso porque o desemprego vai crescer, a inflação vai continuar alta e a recuperação da economia é esperada só para o ano que vem”, relatou uma das fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. 

Simulações e preferências
Outra notícia negativa para o PT é que, em uma simulação realizada pelo Datafolha, caso fosse realizada hoje uma eleição para presidente da República, Aécio Neves (PSDB-MG) teria 35% das intenções de voto, com cerca de dez pontos de vantagem sobre o ex-presidente Lula (25%). Em terceiro lugar estaria Marina Silva (PSB), com 18% das intenções de voto. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) alcançaram 2% cada um.

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O Datafolha também realizou uma simulação da disputa presidencial com o nome de Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo. Neste caso, Lula e Marina empatariam tecnicamente em primeiro lugar com 26% e 25%, respectivamente. O governador de SP, Geraldo alckmin ficaria em terceiro lugar com 20%, enquanto Paes e Luciana Genro teriam 3% das intenções de voto, cada um. 

Além disso, a pesquisa mostrou que, em meio à crise do PT, a preferência do eleitorado pelo PSDB bateu seu recorde histórico. Conforme o instituto, 9% dos brasileiros aptos a votar manifestam simpatia pela sigla tucana, ante 7% em abril e 5% em fevereiro. Assim, configura-se uma situação de empate técnico em relação aos simpatizantes do PT, atualmente em 11%, uma vez é que a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. 

Uma esperança pela frente
Em meio ao cenário ruim que se desenha, a presidente tenta reforçar a sua agenda positiva e espera que haja uma retomada econômica no segundo semestre. Com isso, a expectativa é de uma melhora da popularidade da presidente. Pelo menos segundo o ministro de Comunicação Social, Edinho Silva: “estamos vivendo uma situação de dificuldade econômica, o governo tem consciência das dificuldades e está fazendo ajuste para que sejam superadas” elencou.

“Estamos virando a página do ajuste e entrando na agenda de retomada da economia”, disse, citando como exemplos os recentes lançamentos do Plano Safra e do Plano de Infraestrutura e também futuros, como na área energética e de banda larga, além do Minha Casa, Minha Vida 3. “São agendas que vão provocar a retomada”, apostou Silva em entrevista ao Estado. Pelo jeito, o PT e Dilma estão esperando fervorosamente por essa retomada. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.